O treinador Abel Ferreira é um dos principais da Sociedade Esportiva Palmeiras. Com cinco títulos no currículo, o português fez jus à sua declaração na primeira coletiva de imprensa que concedeu com as cores do Verdão, quando afirmou que não atravessou o Atlântico de férias. Em texto divulgado, nesta terça-feira (7), pelo site The Coaches’ Voice, o técnico deixa claro que, se dependesse de sua família, esta história não seria realidade.
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Relembrando o convite do Alviverde, Abel explicou que seus familiares tinham receios de sua ida ao Brasil. O futebol no país é conhecido pela pouca paciência com os comandantes nas equipes e, por isso, sair da Europa era um movimento arriscado. O atual bicampeão da Libertadores, porém, estava convicto de que esta era a melhor decisão.
– Fui contra tudo e contra todos da minha família. Meus pais disseram: ‘Não vás! Não vás! Não vás!’’. A minha mulher disse: ‘Não vás! Não vás! Não vás!’’ Eu disse-lhe: ‘Se tu gostas de mim, vais continuar a gostar, mas eu vou’. Fui contra toda a minha família. Ninguém queria que eu viesse. Ninguém. Eu vim, única e exclusivamente por convicção própria. Mesmo sabendo que a média de permanência dos treinadores no Brasil são três meses.
Além disso, o técnico explica sua visão sobre as conquistas que teve no Brasil. Campeão continental, nacional e estadual, o português deixou claro que o mais importante não é a taça, mas sim o trabalho realizado até o momento de celebração e as relações firmadas no caminho.
– Eu não consigo me lembrar dos troféus. Consigo me lembrar dos relacionamentos, dos afetos que criamos aqui, da família. A Libertadores, a taça, não é isso que me vem à mente. Vem todo o trabalho, todo o sofrimento, o atravessar o Atlântico e deixar a minha família para trás.
– Isso foi duro, muito duro. E, no momento das primeiras conquistas, tu dizes: ‘Valeu a pena!’. Na final da Copa Libertadores da América de 2020, contra o Santos, jogamos no Maracanã, para mim, o templo do futebol. Mas jogamos com portões fechados por causa da pandemia. Não é o ambiente ideal para um jogo daquela dimensão. Mas procuro olhar para as coisas de uma forma positiva.
– (…) Eu sabia como era, 21 anos depois, ter a oportunidade de voltar a ganhar a competição. E, jogando no Maracanã, que é o templo do futebol. Além disso, com as nossas famílias, que foram convidadas, presentes no estádio.
– Lembro-me de estar a gritar, e isto ouve-se na televisão, pouco antes do gol: ‘Família, família, família, família’. Antes da partida, o Weverton tinha passado a seguinte mensagem ao grupo: ‘Galera, durante o jogo, se tivermos dificuldades, olhem para cima e lembrem-se da nossa família. Quando for preciso buscar uma energia extra, vejam a nossa família’. Peguei aquele gatilho. Vocês reparem, estou lá a gritar nos últimos 5 minutos: ‘Família, família, família’.
Abel Ferreira chegou ao Palmeiras no fim de outubro de 2020. No clube, conquistou duas Libertadores, uma Copa do Brasil, uma Recopa Sul-Americana e um Paulistão.
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