Adriano Pessini

Adriano Pessini é aquele cara que se eu o encontrasse em Constantinopla em 1326 eu falaria: "e dá-lhe Porco!" Ele responderia: "quantos séculos faltam pra gente comprar o Ademir da Guia"? Cara de palestrino. Corpo de palmeirense. Espírito de porco. Alma de periquito.
A gente se conheceu em 1999 quando ele entrou no nosso AGORA S.PAULO. No ano da graça de São Marcos. Antes de saber que ele seria meu novo colega eu já sabia que era palmeirense.
Antes de falar oi ele me falou do Palmeiras. A última vez que nos vimos no Dissidenti nós só falamos de Palmeiras. Mesmo na redação que ele deixaria em 2013, o assunto era Sociedade Esportiva Jornalismo. Nas ruas abertas pelo coração em volta do Palestra e do Allianz, Palmeiras. No restaurante dele, Palmeiras. Nos últimos meses tentando vencer como Verdão o câncer, Palmeiras.
Hoje, na madrugada do Dia do Trabalho, a partida dele foi Palmeiras.
Pessini foi um Tonhão a nos defender como pôde. Foi Divino como palmeirense. Foi um como milhões que são nem mais e nem menos. São Palmeiras. Basta. As bestas que briguem para saber quem é mais ou menos.
A tristeza dos colegas e amigos de todas as cores e credos dá o tom da última imagem do perfil do seu Facebook. A do Manolito da MAFALDA. A única coisa em comum entre eles era o apreço pela comida.
Mais nada. Pessini gostava mesmo era de viver com o que gostava. Mesmo que às vezes parecesse desgostoso e pessimista. Não tem como: palmeirense e jornalista tem como não ser ao menos realista.
Pessinha, dá um beijo no meu velho. Falem de comida e bebida e Palmeiras.
E saiba que subir a Caraibas agora vai ser um pouco mais difícil. Vai faltar alguém quando eu olhar à direita. Mas saiba mesmo que nesses 21 anos sempre soube que, como o Palmeiras, a gente vai sempre se ver por lá.