Amarcord: Botafogo de Ribeirão Preto 0 x 8 Palmeiras, SP-96

Os gols e os melhores momentos de BOTAFOGO 0 x 8 PALMEIRAS

Meu Palmeiras x Botafogo foi em Ribeirão Preto. SP-96. Comentei pela rádio Gazeta nos estúdios em São Paulo. No caso, ainda bem. Pude rever na hora cada um dos gols sem perder a conta.

8 x 0.

Muller, aos 12, de canhota, aproveitando passe rasteiro de Cafu, que apareceu como ponta. 1 x 0.

Luizão, aos 44, de canhota, depois de passe de letra brilhante de Muller, por dentro. 2 x 0.

Djalminha, aos 2 do segundo tempo, marcou de canhota, depois de bela enfiada de Cafu, que estava por dentro, como meia. 3 x 0.

Luizão, aos 7, numa pancada de direita, depois de belo passe de Muller, por dentro. 4 x 0.

Cláudio, aos 22, numa bela cobrança de falta, com uma bomba de pé direito. 5 x 0.

Djalminha, aos 24, de pênalti de cavadinha coma canhota fantástica, no meio do gol. 6 x 0.

Alex Alves, aos 30, de peixinho, num cruzamento de Cafu. 7 x 0.

Cafu, aos 36, de canhota, depois de passe de Alex Alves. 8 x 0.

Uma das 12 goleadas do trem-bola de Wanderley Luxemburgo na sequência impressionante de 21 vitórias seguidas.

Por cinco meses, o mais espetacular futebol que já vi no Brasil. Não foi melhor time que o Flamengo 81-82. Talvez não fosse tão técnico quanto o Palmeiras de 1993-94.

Mas nos cinco meses em que esse time esteve junto, antes de Rivaldo sair para o La Coruña, e Muller pular o muro de volta para o São Paulo, não vi igual. Como também dizem Velloso, Cafu, Sandro Blum, Cléber, Júnior, Amaral (Galeano), Flávio Conceição, Djalminha, Rivaldo, Luizão e Muller: nunca jogaram em um time melhor.

A questão não era saber se venceriam os jogos. Mas de quanto. E, nessa sequência, foi um 8 a 0 contra o Sergipe, e o 8 a 0 contra o Botafogo, no Santa Cruz, duas semanas antes. No Santa Cruz, Rivaldo nem precisou atuar.

A melhor campanha da história do profissionalismo paulista, com 102 gols em 30 jogos (27 vitórias, dois empates, e uma derrota no Brinco para o Guarani), cancelando até a fase final do campeonato. Faltou o título da Copa do Brasil, perdida no Palestra de virada para o Cruzeiro. Já sem Muller. E com Dida sonegando a vitória. Em dois jogos, 25 chances palmeirenses contra apenas cinco rivais. 2 x 3 no placar agregado.

Acontece no futebol. Mas será dificílimo acontecer a montagem de outro time tão espetacular.

Competição: Campeonato Paulista/Primeiro Turno

Data: sábado, 16 de março de 1996 (tarde)

Estádio: Santa Cruz

Cidade: Ribeirão Preto (SP)

Juiz: Flávio de Carvalho (SP)

Renda: não disponível

Público: 12 765

PALMEIRAS: Velloso; Cafu, Sandro, Cléber (Cláudio) e Júnior; Flávio Conceição (Galeano), Amaral, Djalminha e Elivélton; Luizão (Alex Alves) e Muller.

Técnico: Wanderley Luxemburgo

Gols: Luizão 12 e Luizão 44 do 1º; Djalminha 2, Luizão 7, Cláudio 22, Djalminha (pênalti) 24, Alex Alves 30 e Cafu 36 do 2º