Amarcord: Palmeiras 2 x 1 Santos, final da Copa do Brasil-15
ALLIANZ PARQUE VINCERÒ!!!
42 minutos da quinta-feira. O início da arrancada para a volta olímpica do maior campeão nacional no seu novo lar.
42. 1942. A Arrancada Heroica para o Palestra morrer líder e o Palmeiras nascer campeão. E depois se transformar no maior vencedor no país que mais títulos mundiais conquistou.
33. O número do bicampeão Betinho em 2012. 33. O número do melhor tricampeão palmeirense: Gabriel. Jesus que multiplicou porcos.
3:00. O tempo de “Nessun Dorma”, a ária de Turandot, talvez a mais linda, na certamente mais tocante versão, a de Luciano Pavarotti.
14h19. A hora em que comprei no Itunes na quarta-feira da decisão da Copa do Brasil-15 essa versão que encaminhei para o amigo Luciano Kleiman, do marketing do clube, mandar para o sistema de som do Allianz Parque, no final da volta olímpica do campeão que retornou. Ideia do palestrino Paulinho Corcione, que assina a trilha sonora de nosso filme “Palmeiras – O Campeão do Século”, que eu apenas encaminhei para o clube e para o estádio. E que me custou os mais prazerosos 0,99 dólares.
E quem diz que 0,99 é pouco?
E quem diz que o Palmeiras estava apequenado? Que seria massacrado? Que… Que… Quén, quén…
KKK.
Pois é. Eu até teria postado antes se não tivessem levado meu celular na esquina da Caraíbas com a Palestra Italia. Quando era abraçado, beijado, e fotografado por muitos amigos de credos e cores. E roubado por um amigo do alheio.
Acontece. E se perdi meu telefone, aumentei minha conexão com nossa torcida.
Essa gente que corneta e vibra.
Nós que tanto desejamos e conseguimos.
Queremos a Copa?
Queremos Palmeiras!
Querer todo mundo quer. Mas quem é que pode 12 canecos nacionais (e seriam 13 em 2016)? Quem pode é Palmeiras.
Queremos a taça. Um brinde.
Queremos o campeonato. Vem de brinde.
Queremos tudo. Não brinque com essa gente que corneta. É sério. É Palmeiras.
A gente detona tudo. Depena de dar pena nossos palmeirenses de chuteiras. Depreda sem piedade o patrimônio. Deprecia o que é nosso. Depaupera o pau da imprensa deles. Dá porrada em tudo.
Somos bravos.
Bravíssimo!
Nessa ópera por vezes bufa cantamos a plenos pulmões que somos Palmeiras até morrer.
Ainda morreremos de Palmeiras. Mas é ele que nos faz mais vivos. Tirando o ar e o sangue. Dando energia e amigos.
Pelo Palmeiras não somos loucos, apenas insanos.
Pelo Palmeiras não somos fiéis, apenas leais.
Pelo Palmeiras não torcemos, apenas somos.
No que há de Darinta e no que há de Divino, de capetas ao Santo nessa família.
Brigamos entre si. Lutamos contra todos.
Nós falamos mal de nós mesmos. Vocês, não! Nós somos porcos. Assumimos e viramos mais um bicho. Vocês não podem nos chamar de porcos. Só nós.
Vocês que assumam outros animais. Aqui é porco tanto quanto periquito. Aqui é Palmeiras. Aí é com vocês.
Eu falo mal de mim mesmo quando eu falo mal do meu time. Eu não gosto do jornalista que não vê graça, futebol e pênalti no meu time. Eu não gosto de quem tem outro gosto. Eu sou assim. O Palmeiras é assim.
Não peça razão. Só peço Palmeiras. Não tem preço. Por isso peco como palestrino por imprecar contra o time na imprensa. É o que me paga. Mas é gratuito o estado de graça de ser palmeirense. Seja jornalista como eu, seja o que você for. É profissão de fé. Bem de família. Cromossomo de como somos felizes por ser Palmeiras.
Queremos a Copa. Sempre. Mas o que queremos mesmo independe dela. Pra sempre queremos Palmeiras.
Verdão que vem, vê e vence. Até quando não ganha.
Quisemos a Copa. Ela veio. Nos pênaltis. Nas meias brancas. Pras cabeças. Pros corações. Prass. Pelas mãos penais. Pelo pé do campeão.
Queremos a manutenção do elenco que chegou duas vezes. Duras vezes jogou. E deu. Dudu na primeira, Dudu na segunda. Dois a zero dava título. O gol do Santos depois deu pênaltis. Foi doído. Mas foi doido demais.
É insistindo que se chega longe. É perseverando. É preservando.
É…
Palmeiras.
Estava na hora. Faltou pouco para perder. Mas nunca vai faltar tantos que te apoiam.
Vamos, Palmeiras. Amor é na Academia e na dor.
Amor cala fundo. E cala quem não gosta do espírito de porco.
Aquele que se supera na multiplicação dos porcos. Um milagre.
A boa nova ao palmeirense era Gabriel Jesus recuperado para a decisão. O milagre fez Vanderlei, sonegando com menos de 10 segundos o gol de quem mandou no primeiro tempo. O Palmeiras de Gabriel Jesusque saiu de novo antes do fim. Um pecado: Jesus era o redentor e, quando saiu, o Peixe se multiplicou, depois de não ter conseguido articular na primeira etapa emocionante como a festa que o palmeirense fez no Allianz Parque, com o Corredor Verde.
Na segunda etapa, o Santos parecia melhor antes de a bola rolar. Mas a torcida da casa incendiou o time que, com as meias brancas da fortuna, abriu o placar bonito com Dudu, e foi além buscar o título com Dudu no fim, depois de perder Barrios lesionado. Linda festa que o Santos impediu ao quase no fim conseguir o que Nilson havia perdido na Vila. Ricardo Oliveira que nada fazia fez o gol que levou aos pênaltis. E fez justiça às duas equipes que acabaram iguais em duas grandes partidas.
E faria ainda mais justiça às mãos e até aos pés de Fernando Prass. O melhor palmeirense na Vila. A mão que defendeu o pênalti de Gustavo Henrique (que repetiu o mesmo canto da cobrança no SP-15). O pé que leva o reformado Palmeiras ao 12º título nacional. O maior campeão do Brasil. O que não estava ruim para quem estava se “apequenando” na mentalidade pequena de quem pediu licença e saiu pela porta dos fundos do futebol.