Amarcord: Palmeiras 6 x 1 Boca Juniors, Libertadores-94

Erros de planejamento e infelicidade em campo em jogos decisivos tiraram a chance de a Via Láctea palmeirense disputar o título sul-americano em 1994. Mas uma partida ficou na história. Não só do clube. Foi a maior derrota internacional do maior vencedor da Libertadores no século XXI. Nunca o Boca Juniors foi goleado por 6 a 1 como em 9 de março de 1994, no Palestra.

Naquela noite de chuva, o volante Mazinho ganhou um lugar no grupo de Carlos Alberto Parreira para a Copa de 1994 –quando ganharia um lugar no time durante o Mundial e seria titular tetracampeão. A atuação do volante que fez tudo naquela noite no Palestra foi tão espetacular quanto a do time que enfrentou, na primeira fase da Libertadores, o futuro campeão daquele ano (Vélez Sarsfield), a do Cruzeiro do ascendente Ronaldo e a do Boca Juniors dirigido por Cesar Luis Menotti, campeão mundial pela Argentina em 1978.

O Boca não conseguiu conter a agilidade de Edilson no ataque e a inteligência e a categoria de Evair. Na entrada da área verde, César Sampaio e Amaral não deram espaço à criação xeneize. Mazinho fez tudo. E por todos.

O Palmeiras estava desfalcado do armador Rincón, que, meses antes, havia liderado a Colômbia em um 5 a 0 em Buenos Aires contra a Argentina. Mazinho jogou por ele, voando com a equipe bem preparada fisicamente por Carlinhos Neves. Aos 4 minutos, tentou encobrir o goleiro Navarro Montoya, que atuava muito adiantado. O zagueiro Cléber, aos 15 minutos, fez 1 a 0, em rebote de finalização do outro zagueiro (Antonio Carlos).

O segundo gol foi contra, de Noriega, depois de jogada sensacional de Roberto Carlos, aos 32 minutos. Na segunda etapa, o Palmeiras deslanchou com um golaço do lateral que poderia ter jogado a Copa de 1994. RC mandou uma bomba de canhota depois de toque de calcanhar de Evair.

O quarto gol foi aos 9. Edilson, em bobeada da zaga portenha. Aos 18, Mazinho pegou a bola no meio-campo, foi passando por três até ter a camisa puxada e ser derrubado na área. Evair bateu o pênalti com a categoria habitual. 5 a 0. Aos 28, Luxemburgo sacou Mazinho só para o Palestra inteiro aplaudi-lo.

Mais quatro minutos, lance de raça de Zinho, bobeada do zagueiro Giuntini, Jean Carlo fez 6 a 0. Aos 35, Antonio Carlos fez pênalti no atacante Martínez. Ele bateu e fez.

Luxemburgo ainda colocou Tonhão na zaga, avançou Antonio Carlos como volante no lugar do Sampaio. O Palmeiras buscou o sétimo gol. Só não saiu por afobação de Edilson. Um que acabou reserva de um dos maiores times da história do Palmeiras.

Palmeiras 6 x 1 Boca Juniors

Libertadores de 1994

Data: 09/03/1994

Local: Palestra Italia

Renda: Cr$ 66.084.500,00

Público: 18.875

Juiz: Juan Francisco Escobar (Paraguai)

Gols: Cléber (15’), Roberto Carlos (51’), Edilson (54’), Evair (65’ e 71’), Jean Carlo (78’) e Martínez (79’)

PALMEIRAS: Sérgio; Claudio, Antonio Carlos, Cléber e Roberto Carlos; César Sampaio (Tonhão), Amaral e Mazinho (Jean Carlo); Zinho; Edilson e Evair

Técnico: Wanderley Luxemburgo

BOCA JUNIORS: Navarro Montoya; Soñora, Noriega, Giuntini e McAllister; Peralta, Mancuso, Márcico e Carranza; Sérgio Martínez e Rubén da Silva (Acosta)

Técnico: Cesar Luis Menotti