Ameaçado, Cuca diz estar ‘no limite’. E Galiotte garante permanência

Na coletiva após a eliminação do Palmeiras para o Barcelona-EQU, no Allianz Parque, já no começo desta quinta-feira (10), o técnico Cuca admitiu que se sente ameaçado no comando da equipe. O treinador entende que a sua segunda passagem no Palmeiras pode acabar com a saída da Libertadores depois de perder nos pênaltis por 5 a 4 para a equipe de Guayaquil — no tempo normal, Moisés marcou o único gol da partida.

“Como um treinador vai ser eliminado na Copa do Brasil com o elenco que tem o Palmeiras e na Libertadores e não vai ficar ameaçado? Lógico que está. E tem todo o direito, o Alexandre, a diretoria, se acharem que tem que trocar”, afirmou Cuca. “Nem eu estou contente, não com meu trabalho, mas com os resultados das duas eliminações”, declarou.

Mas Cuca completou com uma declaração que deixa suspeita sobre onde pode chegar no comando da equipe. “Estou dando meu máximo, não consigo dar mais, estou no meu limite, que é o máximo.”

Perguntado por que colocou Egídio para ser o primeiro a bater as cobranças alternadas de pênaltis, o treinador revelou que “tinha jogadores que não estavam com confiança para bater”. “Não cabe aqui falar quem, mas alguns jogadores não estavam com confiança, e isso acontece. Você chega no jogador: ‘Bate?’. ‘Estou sem confiança, professor’. Você tem que respeitar”, disse. “Dentro disso, o Egídio foi o sexto a bater. Poderia um outro ter perdido, assim como o Bruno perdeu. Que não venha ser o culpado, somente ele. Todos somos culpados”, completou.

Ao mesmo tempo, o presidente do clube, Maurício Galiotte, falava com os jornalistas na zona mista do estádio e garantiu que Cuca continua no comando da equipe pameirense, bem como o diretor de futebol, Alexandre Mattos.

“Não vamos falar em mudança porque não teremos mudanças. Vamos trabalhar. No ano passado fomos campeões, no retrasado também, o Alexandre Mattos estava aí, é um homem da minha confiança e continua no Palmeiras normalmente”, falou o dirigente.

Galiotte tentou passar uma mensagem positiva. “A torcida do Palmeiras pode ter confiança de que vamos ganhar a Libertadores. Quanto mais vezes disputarmos, melhor”. Só que acabou fazendo uma comparação duvidosa. “Ano passado, saímos na primeira fase, esse ano evoluímos um pouquinho… Não está bom, óbvio que não está, a torcida está chateada, nós também, mas temos de ter consciência de que o trabalho tem de continuar.”

O presidente, então, partiu para o lado da hipótese. “Não tivemos um resultado bom no primeiro jogo, hoje nós igualamos, mas não conseguimos fazer o segundo gol. Se faz o segundo gol, minha resposta seria outra aqui”, disse. Depois, para o futuro. “Temos que avaliar com calma, mas isso vai ser feito no final do ano”. E encerrou com a realidade. “Tem um turno inteiro de Brasileiro e vamos fazer o máximo de pontos possíveis. Os atletas estão tão chateados quanto nós estamos, tem atleta chorando no vestiário, são seres humanos. Temos que levantar a cabeça no Brasileiro e ir em busca da maior pontuação possível.”

Além da Libertadores, o Palmeiras foi eliminado da Copa do Brasil há duas semanas após o empate de 1 a 1 contra o Cruzeiro. A próxima partida acontece no próximo domingo, contra o Vasco, em Volta Redonda.

por Isabella Soares