Análise: Palmeiras tem um talento único em mãos e precisa aproveitá-lo enquanto pode

O dia 25 de outubro de 2022 ficará maior conforme o passar do tempo. Endrick saiu do banco de reservas da Arena da Baixada no intervalo e entrou para a história do Palmeiras (de novo!) e do futebol brasileiro.

Aos 16 anos, três meses e quatro dias de idade, o atacante se tornou o mais jovem a marcar pelo Verdão em todos os tempos, quebrando a marca de Heitor, que perdurava desde 1916. Ao mesmo tempo, se tornou o mais novo a balançar as redes na história do Brasileirão por pontos corridos (desde 2003), superando o recorde de Jô (pelo Corinthians, em 2003, com 16 anos e cinco meses).

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O Alviverde perdia por 1 a 0 e, através de Endrick, virou a partida fora de casa para se aproximar ainda mais do sonhado 11º título brasileiro. A joia precisou de 14 minutos em campo para marcar seu primeiro gol, em jogada na qual ele mesmo recuperou a bola no campo de ataque e mostrou oportunismo para balançar a rede. No entanto, a súmula do árbitro creditou o gol a Gustavo Scarpa após a partida.

Para evitar qualquer dúvida maior, Endrick precisou de mais dez minutos para anotar outro gol. Dessa vez, de cabeça. Intransferível. Em menos de 25 minutos, ele decidiu importantes três pontos para o Palmeiras.

Com sua entrada, o time mudou da água para o vinho no início do segundo tempo. A utilização de Mayke pela ponta-direita não tem mais o efeito surpresa inicial, como também prende em excesso o talento de Dudu pelo lado esquerdo. Quando o camisa 16 foi colocado em campo, Dudu foi para a direita, onde rende melhor, e Rony veio para o outro lado, deixando o prodígio centralizado e solto para brilhar. Parece questão de tempo para que esse seja o trio de ataque titular de Abel Ferreira.

Como apontou o treinador português após a partida, Endrick oferece algumas das mesmas características de Rony, como a forte marcação contra a saída de bola adversária, muito bem exemplificada no lance do gol de empate. Mas, para além disso, ele oferece também a presença de área e o poder de finalização que eram esperados dos reforços para o setor nesta temporada – López, Merentiel, Navarro…

Pouco importa que tem só 16 anos. Endrick mostra a cada jogo ser uma realidade para o presente e torna seu futuro cada vez mais assustador, com um potencial que não para de subir. Não se tenta impedir uma força da natureza.

O atacante completará 18 anos em julho de 2024 – data de quando deverá deixar o Palmeiras rumo a um grande centro europeu por quantias recordes. Até lá, o clube deve desfrutar de seu talento geracional e permitir que ele crie ainda mais laços afetivos com a torcida. Gols e títulos serão consequência.

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