Aniversário Imaturo: motivos para celebrar

Foto: Marcos Ribolli

Ficar mais velho é uma máxima do mundo. É a primeira coisa que dizemos a alguém que completa mais doze meses de vida. Parece brincalhão ou sacana, mas não é uma inverdade. Há maneiras de se compreender essa situação. Bruno Henrique é a versão que vale o resgistro benéfico de experiência.

Aumenta sobre as costas o peso de uma data maior, mas diminui o fardo com a competência de quem soube tirar desse momento, lições que o fizeram o jogador que decide. É nos grandes dias, nos grandes jogos, nas grandes horas que ele tem surgido. Como fazem aqueles que gozam da maturidade de compreender as circusntâncias e sabe como deve agir. Bruno é um presente de bom embrulho e enorme conteúdo.

Selecionável.

Saber selecionar é uma raridade aos que pensam pouco. Fazem tantas vezes sem a maldade de quem quer prejudicar, mas prejudicam muito mais do que são capazes de calcular. A imaturidade é um mau que aniversários não curam. Adversários ameaçando um sucesso, talvez. A nossa mão pesada e sem pena, dessa vez, um pouco mais de chances de ajustar esse maluco que de beleza, teve só o bordão do narrador que locutou sua saída ainda no primeiro tempo de um até então controlado jogo de Bruno 2, e Ceará, muita fala, briga e transpiração, nada.

Como um efeito puramente previsível, sem centroavante e com cearenses que mesmo sem a loucura de seu treinador que deu aula de Deyversonlice e passou vergonha, que se multiplicavam pelo gramado do Pacaembu que viu a bola de Lucas Lima não chegar até Victor Luiz em um contra ataque que enterraria a imensa bobagem cometida, mas que ressucitou os onze alvinegros com o gol daquele que ano que vem assombrará essas inconsequências do nosso fazedor de gols. Arthur descobriu os caminhos para complicar o jogo. Ele não é Cabral por besteira.

São em horas de dificuldade que imagens viram texto. Vai virar com o pedido de perdão. A gente perdoa, sim. Não nos force a perdoar de novo. Torcemos e por isso somos apaixonados por vocês, ainda que façam Antonios Carlos encerrarem o jogo buscando o ar que rareava, que parecia mais distante que o segundo colocado. Não nos faça ver Felipe Melo com as mãos sobre o joelho com quem precisasse de um ombro. Vocês teram nossos milhões de ombros, mas não queiram quando não for necessário. Ainda que seja de emocionar cronista que torce mais do que escreve.

É bom terminar as linhas dando parabéns a quem merece um aniversário todo os dias. É bom perdoar de bom grado pela vitória conquistada, mas é bom saber que as dificuldades tem vindo e tornado tudo ainda mais nosso, ainda mais essa cara de quem surgiu de uma cessão. Serermos união aqui, no Aeroporco, na Argentina, nos gols sofridos e nos feitos. A maturidade de um homem capaz de nos conduzir e a nossa paixão tão imatura que só quer saber quando será o próximo dia de Palmeiras.

Nós estaremos, de coração.