Após eliminação para o Cruzeiro, Palmeiras tem de levar a lição da precisão para casa
Felipe Melo foi preciso em sua cabeçada para o único gol do Palmeiras no confronto (Foto: Cesar Greco/Ag. Palmeiras)
Sim, o Palmeiras foi prejudicado no primeiro jogo da semifinal da Copa do Brasil, mas teve 180 minutos para compensar um erro e não conseguiu. É possível discutir muito sobre o peso desse erro, mas não é o intuito do texto. Erros acontecem e é preciso superá-los para conquistar competições. O que o Palmeiras tem de levar para casa como lição desse confronto envolve a palavra precisão.
– PRECISÃO OFENSIVA
Durante todo o duelo contra o Cruzeiro, o Palmeiras conseguiu finalizar 25 vezes. Em uma delas, Felipe Melo balançou as redes de cabeça, enquanto as outras 10 tentativas em direção ao gol foram interceptadas pelo goleiro Fábio. A equipe de Mano Menezes finalizou oito vezes durante todo o confronto, ou seja, três vezes menos, mas contou com a precisão de Barcos em duas das seis vezes em que concluiu na direção das redes para garantir a vaga na final da Copa do Brasil.
– PRECISÃO DEFENSIVA
Para Barcos balançar as redes duas vezes, ele contou com contragolpes muito bem executados em duas perdas de posse de bola do Palmeiras. No primeiro jogo, Dudu é quem perde a bola e após cinco passes o Cruzeiro abre o placar. No segundo jogo, Diogo Barbosa erra e após quatro passes o Cruzeiro novamente sai na frente. Em números, não há abismo na diferença de perdas da posse de bola, já que foram 75 perdas alviverdes contra 62 perdas celestes, porém as perdas da equipe de Mano Menezes não geraram gol ou perigo ao goleiro Fábio.
– ESTILO DE JOGO
Na entrevista coletiva após o fim da partida, Luiz Felipe Scolari pontuou que é preciso buscar outras formas de jogar. Diante de um segundo jogo contra o Cruzeiro, Mano Menezes travou as possibilidades de ataque do Palmeiras e conseguiu conter o ímpeto alviverde. Embora o time de Felipão tenha finalizado 25 vezes durante os 180 minutos, no Mineirão conseguiu concluir a gol apenas seis vezes. O Palmeiras foi travado e quando procurou nas casquinhas de Deyverson uma saída para furar o sistema defensivo celeste, encontrou antecipações e dobras de marcação para recuperar a segunda bola, ou seja, uma equipe preparada para o que vinha pela frente.
A partir de agora, no Brasileirão e na Libertadores (onde o Palmeiras tem mais tranquilidade para avançar de fase, já que venceu fora de casa o Colo Colo por 2 a 0), os adversários alviverdes assistirão e estudarão como o Cruzeiro amarrou o Palmeiras para conquistar pontos contra os comandados de Felipão. Não haverá tanto tempo para modificar o jeito de jogar, o que na minha visão, aliás, nem deve ser feito. Mas será necessário criar novidades nas alterações durante os jogos e, principalmente, ser preciso tanto ofensivamente quanto defensivamente. As duas competições em que o Palmeiras disputa o título estão chegando em seus momentos decisivos e, por isso, todo jogo vai ganhando cara de mata-mata. Inclusive no Brasileirão.