Artur Abramo: Sociedade Esportiva Rancor

Haja psicológico para aguentar tanto descrédito a um time tão vencedor e, mesmo assim, não parar de vencer

Sabe aquela criança que tira 10 na prova e os pais respondem: “não fez mais que sua obrigação”? Esse foi o Palmeiras nos últimos anos. Não adianta acusar vitimismo. A Copa do Brasil, de repente, não valia nada. O Brasileirão passou a ser prêmio de consolação. Por fim, questionou-se se o título mais importante do continente, a Libertadores, era o bastante. Para eles, nada será.

Engana-se quem pensa que os maldizeres vieram somente após as vitórias. Também foram tema do debate esportivo ao precederem decisões. Afinal, o trabalho do treinador bicampeão pelo clube foi posto em cheque às vésperas da semifinal da Libertadores. Ele avançou, foi à final e sagrou-se campeão. Agora ele e seus jogadores querem descansar.

Mas esse desgaste não é só físico – também presente pelo extenuante calendário do futebol brasileiro – é, principalmente mental. Haja psicológico para aguentar tanto descrédito a um time tão vencedor. Não importa quantas vezes ganhe, tem sempre de ouvir as mesmas vozes vociferarem. Certos discursos nunca mudam.

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A torcida, que, tanta vezes comprou essas verdades, abriu mão para se fazer valer do “Todos somos um”. Pelo menos, em sua maioria. Assim, defendeu com unhas e dentes os seus. E viu-se atacada por essa lealdade. Foi condenada por acreditar. Sofreu com o desdém. Ouviu que seria engolida por milhares, com boca, mas sem voz. Ao final, soprou todos os ventos malditos de volta.

Por isso, o desabafo é ainda mais carregado. E, nesse momento de descarrego, não tem nada que segure o brado. Não tem filtro. Sai tudo. Lágrimas, xingos, gritos, risos e todo o resto que estava preso no peito e na garganta. A comemoração ganha conotação de desafogo. Não é apenas a vitória no campo, mas prova da dignidade daqueles que aguentaram calados por tanto tempo.

Começaram a jornada com o verso “Ergue essa cabeça, mete o pé e vai na fé” e terminaram com o célebre “Vou festejar o seu sofrer, o seu penar”. O clico de quem trabalhou quieto, sem alarde. Sempre com a cabeça fria e o coração quente. Pediram licença ao branco, da paz, para usar e abusar do verde, da esperança, e do vermelho, que poder ser amor, mas também é ódio. Ódio àqueles que não aceitam as nossas cores.

Quem bate não lembra, mas quem apanha jamais esquece. Por esse motivo, hoje fazem questão de ir atrás de cada um que tentou sabotar o caminho inevitavelmente vencedor do único bicampeão da América em um ano. Esses mesmos que riram das quedas, não aceitam por nada a nossa volta. Mesmo que já esteja no topo há bastante tempo.

Inconformados com a realidade, buscam explicações fajutas para mascarar o não querem enxergar. Foram derrotados por aquele que mais temiam, por dizerem não ter medo. Fomos melhores. Ponto final. Isso não quer dizer que para sempre será assim. Mas que, enquanto assim for, que sejamos vistos como tal. Ninguém pede apreço, só respeito.

Nunca suportaram a vitória do Palmeiras. Nunca aguentaram nossa felicidade, nosso sucesso, nossa conquista. Eles sempre tentaram acobertar a imensidão desse clube e dessa camisa, que tanto assombram aqueles que refutam que de fato, somos campeões. A conta chega para todos.

A história não perdoa os covardes. Ela presenteia quem luta.
Não à toa, Sociedade Esportiva Palmeiras, o Maior Campeão do Brasil.

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