Assim fica difícil te defender, Vanderlei
Foto: Danilo Martins Yoshioka
Eu sou um dos maiores entusiastas de Vanderlei Luxemburgo. Nasci nos anos 90. Cresci vendo o profexô ganhar tudo. É impossível não relacionar seu nome a títulos. Luxa, Palmeiras e conquistas têm tudo a ver. No final de 2007, no retorno, foi um dos tempos mais felizes e próximos que tive com o futebol. Eu tinha certeza que viriam grandes jogadores. Que Valdívia jogaria ainda mais. Tinha tudo para dar certo.
O tempo passou. Mais de uma década. Questionamentos vieram.
- O retorno de Luxemburgo ao Palmeiras. Muita gente torceu o nariz. Eu, não. Vejo o treinador mais focado do que antes. Mais mordido do que antes. Querendo mais do que ontem. As explicações convencem. A interação com a torcida e a cara mais ofensiva animam bastante. Entrei em vários debates dizendo que ele poderia voltar a fazer um bom trabalho. Ainda acredito muito nisso, mas algumas coisas já estão me incomodando.
A dupla de volantes é minha maior pedra no sapato. Não consigo assimilar as justificativas. Não consigo entender Bruno Henrique e Ramires como titulares. Com todo respeito ao capitão do deca, mas Bruno Henrique praticava outro tipo de futebol com Luiz Felipe Scolari. Com a ideia de propor o jogo e de dar velocidade ao time, num contexto ofensivo, BH não se encaixa e provoca buraco no meio de campo. Talvez falte fôlego, característica, roupagem no time.
Ramires até agora não correspondeu. Veio com problemas físicos e teve novas lesões. Mais parou do que correu até aqui. Ramires é o eterno “se” do Palmeiras; se jogar, se estiver bem, se jogar adiantado. A realidade, no entanto, é diferente. Erros de passe, falta de velocidade e intensidade abaixo dos demais são as marcas do volante palmeirense desde que chegou. Não é por mérito que pode ser titular nessa terça, contra o Guarani do Paraguai. É por causa da história.
A história – só a história – é algo que já passou.
Até mesmo Zé Rafael merece mais do que os dois citados. Patrick de Paula e Gabriel Menino podem ser o fôlego do time. Grupo pesado perde o ar.
Mas Luxemburgo aposta na história.
O passado é uma roupa que já não serve mais, como dizia Belchior.
O Palmeiras precisa rejuvenescer.