Atritos com Nobre, calmaria com Galiotte e rusgas com Leila marcam relação entre Palmeiras e WTorre
Verdão emitiu uma nota para anunciar que não mandará mais jogos no Allianz enquanto não houver manutenção do gramado por parte da Real Arenas, empresa WTorre
Após vitória sobre o Santos neste domingo (28), o Palmeiras emitiu uma nota oficial para anunciar que não mandará mais jogos no Allianz Parque enquanto não houver manutenção do gramado por parte da Real Arenas, empresa da WTorre responsável por tal feito. O episódio é somente mais um de atrito entre o clube e a construtora desde a inauguração do estádio.
O desgaste na relação entre as partes não começou na gestão de Leila Pereira. Já em 2015, primeira temporada inteira de utilização da arena, o presidente do Palmeiras à época, Paulo Nobre, falava em público a respeito de problemas com a WTorre.
Paulo Nobre
Um dos primeiros capítulos de discordância aconteceu antes mesmo da inauguração do Allianz Parque, em 2014, a respeito das “cadeiras especiais” da arena. O Palmeiras defendia que a WTorre tinha direito a 10 mil lugares, enquanto a construtora alegava deter mais direitos.
A pauta voltou a tona neste fim de semana, porque a Real Arenas iniciou uma ação judicial a respeito da disposição das cadeiras. O clube entende que, apesar da construtora ter o direito aos 10 mil lugares, a comercialização nos ingressos é de responsabilidade do Alviverde.
Esta, no entanto, não foi a única questão de Nobre com a WTorre. O ex-presidente do Verdão também reclamava publicamente das condições do gramado e da agenda de shows conflitante com o calendário esportivo do time, que ficava de mãos atadas na situação.
– O Palmeiras é refém da WTorre. Pelo que está assinado, se tiver show, o show tem a prioridade aos jogadores. Aí, o Palmeiras tem que jogar fora, e a WTorre paga a multa. E não tem o que concordar ou deixar de concordar. Isso já está assinado. Não fico discutindo o sexo dos anjos – afirmou o cartola em 2016.
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Maurício Galiotte
Após período conturbado com Nobre, seu sucessor na cadeira presidencial do Palmeiras, Maurício Galiotte, deu início a um momento de maior paz na relação. De postura mais conciliadora, o dirigente estreitou laços com a empresa logo que assumiu o posto.
Foi durante seu mandato que o Alviverde fechou acordo com a construtora para criação de sala de troféus no Allianz. O Maior Campeão Nacional dispôs de uma área de mais de 2 mil metros quadrados para viabilização do espaço, inaugurado no aniversário do clube em 2021.
Apesar da calmaria entre as partes no período, foi na gestão Galiotte que o Palmeiras entrou na justiça contra a WTorre por repasses de receitas da arena desde 2015. Inicialmente a ação era de R$ 15 milhões, mas em vista do não-pagamento, hoje o clube cobra R$ 136 milhões.
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Leila Pereira
A partir do mandato de Leila Pereira, em 2022, as cobranças judiciais se intensificaram e os pronunciamentos institucionais do clube, na figura da presidente, também. Em entrevista coletiva no dia 16 de janeiro deste ano, a mandatária fez duras críticas ao compromisso da empresa com o contrato firmado com o clube.
– O Palmeiras tem um problema com a WTorre, mas não posso abrir (detalhes) pra vocês por causa da maldita cláusula de confidencialidade. Mas posso dizer que uma receita que seria muito importante pro Palmeiras, muito relevante, há muitos anos não recebemos um centavo dessa concessão que nós temos para a WTorre
É uma empresa que está fechando com o São Paulo, com Santos, com o Maracanã, e não paga um centavo pro Palmeiras.
Agora, além dos problemas em relação a esta parte do acordo, o Palmeiras reclama da manutenção do estádio por parte da empresa. A reclamação quanto a isso partiu, antes de tudo, de Abel Ferreira, que exigiu a troca do gramado.
Após o clássico deste domingo (28) contra o Santos, o treinador voltou a tocar no tema e enfatizou os prejuízos da condição da grama aos jogadores. Na zona mista, Gabriel Menino deu razão às críticas e afirmou faltar cuidado com o trato do gramado.