Bolha de bola: Palmeiras 1 x 0 Internacional
O gol que Dudu marcou, aos 39, é de quem sabe. E muito. O passe de Diogo Barbosa para ele cabecear e se antecipar a Klaus é de quem ataca. E muito. A enfiada de Lucas Lima para o lateral apoiar é de quem joga. E muito.
Mas por que o Palmeiras não vinha jogando bem? Por que não está jogando o que sabe e o que pode, e com a intensidade exigida? São apenas bolhas de bola verde: um belo lance e vários feios. Alguns bons minutos e muitos preocupantes. E a arbitragem que desta vez prejudicou o rival: aos 28 finais, lance de gol de Leandro Damião mal anulado por impedimento inexistente. (E tem como discutir se houve pênalti de Lucas Lima em Nico López, aos 44, que da cabine eu não marcaria, e tem como marcar revendo pela TV).
O Inter fez mais do que se esperava. Foi um mês terrível. Derrota dolorida para o Grêmio no RS-18. Eliminação na quinta nos pênaltis, na Copa do Brasil, para o Vitória, na Bahia. Desfalques como D’Alessandro no Pacaembu, que só entrou no final, e pouco pôde fazer pelo Inter que criaria mais chances de gol: 10 x 8.
Mas o time de Odair não quis saber. Mandou no clássico nos primeiros 14 minutos de futebol organizado e ofensivo, com Gabriel Dias na lateral, Edenilson no meio, e três boas chegadas em três falhas bisonhas do Palmeiras que conseguia estar dormindo, afobado e nervoso ao mesmo tempo.
Teve uma bolha de três chances verdes, dos 14 aos 20. Mas ou era Keno, pra variar, ou bola parada. E só. A pelota parou ou foi mal tratada dos 20 até o belo gol de Dudu. Capitão que não celebrou. Certamente mordido pelas críticas que não deixam ser merecidas pelo desempenho abaixo da ótima média da equipe. Ou do potencial dela.
Dudu se esforça. Foi de novo o melhor palmeirense – junto com Antonio Carlos e Jailson com três boas defesas. Mas, na segunda etapa, fora a bolha de três chances, dos 15 aos 19, mais oportunidades criou o Inter. Ainda que com Camilo abaixo do que sabe. E toda a equipe travada. Não necessariamente pela marcação verde. Felipe Melo fez sua pior partida em 2018. Pouca aproximação do meio-campo com o ataque. Alterações previsíveis de Roger. Uma bonita jogada que deu trave de Lucas Lima, aos 19. E pouco mais.
É o Palmeiras que sabe fazer lances bonitos como o do gol. Mas também bate um lateral do meio-campo pela linha de fundo – afobação; chuta uma bola da pequena área com Borja pra linha lateral – desperdício; e segue devendo bola, não pontos.
O Inter pode e deve reclamar da arbitragem. Da má sorte. Mas teve uma atuação melhor do que muitas recentes. E o Palmeiras, mesmo vencendo, não joga uma partida convincente no todo desde o jogo contra o Alianza Lima.