Abel,
Quando o meu time te procurou, eu não esperava muita coisa. Sabia que eles queriam alguém que preenchesse um perfil, mas nem se roteirizasse o futuro seria capaz de imaginar alguém capaz de preencher meu orgulho. Minha fé. Minha esperança. Meu já desestimulado senso de amor pelas cores.
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Atravessar o Oceano pra comandar o maior desafio da sua vida deveria te acanhar, nada tão humano. Que destreza em chegar aqui e saber tudo – saber até o que já tínhamos esquecido – sobre nós. Quanto orgulho você verbalizou em minutos bem conduzidos de terno, gravata e muita hombridade.
Em cada frase que bailou por fado dramático e chacoalhou com drive de rock, você convenceu, você nos encheu de marra. Da boa, daquela que é luz pra achar o caminho. Quandé que não dormimos de ansiedade pelo jogo que viria? Tínhamos pesadelos, nervosismo, tensão. Não mais. Nada é tão engrandecedor.
Você já sabe que as 24 horas pra lamentar são de muito lamento. De conspirações, desespero, loucura, alucinação e gritaria. Mas você também sabe que as 24 horas pra comemorar te imaginam de terno no Allianz Parque cheio com música da torcida especialmente com seu nome. E com taça.
Ninguém chegou tão rápido ao coração do palmeirense quanto você. Por ser verdade demais, por gritar seu ‘Avanti, Palestra’ em sotaque português e esmurrar o gramado no gol perdido. Por saber o nome de cada um dos nossos e saber até as nossas alianças de torcida. Por vestir o verde na alma.
Parabéns, Portuga!
Que o universo te presenteie com a nossa idolatria.
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