Carta de recomendação ao Coudet: leve o Deyverson, Edu
(Montagem feita por Thiago Rocha)
Oi, grande Eduardo Coudet. Tudo bem? Escrevo essa carta para saber como estão as coisas. Como está a adaptação aí em Porto Alegre? Imagino que bem. O churrasco daí é bom demais. Recomendo as melhores casas da região. Na Argentina vocês têm o bife de chorizo. É uma delícia. Aí pode pedir a picanha. É a preferida da maioria dos brasileiros. Eu, como vou contra a maré, gosto mais da costela. A variedade é grande, no entanto.
Sabe, Edu. Primeiro: desculpa a intimidade. É que quero me aproximar de sua senhoria para dar algumas dicas do meu país. Como não sei se você acompanhava o futebol brasileiro lá do Racing, há muito talento pouco aproveitado por aqui. Primeiro: você já deve ter ouvido falar no Ronaldo Fenômeno. Foi um gênio. Existe um cara que tem a velocidade e o poder de finalização dele. Se chama Deyverson. Calma. Sei que é difícil falar: Dey-ver-son. Fez o gol do título nacional do Palmeiras em 2018.
Não anda em boa fase, falarão por aí. Perde a cabeça fácil, é criticado pela torcida, todos querem longe. São os boatos da oposição. Mas pense comigo: nenhum dos críticos entende de futebol. Se entendessem mesmo seriam treinadores. Você entende. Você é malandro da bola. Você sabe reconhecer a qualidade de um craque. O Inter perdeu – ou vai perder – o Paolo Guerrero. Já não tem o Sóbis. Não acha que precisa de um centroavante?
O Deyverson está dando sopa no mercado. Tem só 28 anos. Ou seja: oito a menos do que o peruano. OITO. A China tentou fazer de tudo para leva-lo pra lá. Ofereceu milhões e milhões de reais e nada. E veja só: ele é tão fiel ao time que está que nem se interessou em sair. Bateu o pé e quis ficar. Mas o tempo passou e sabe como é. Ele se separou, voltou a namorar, fez tatuagem. É um menino romântico. Ama com muita facilidade.
Pode crer, Edu. Nos primeiros meses ele já faria uma bela tatuagem do Inter no peito. Capaz até de desenhar seu rosto na barriga. Deyverson retribui com muito amor o carinho que passam pra ele. E vai por mim: quando está apaixonado, ninguém segura. Faz gol igual água. E antes de me despedir, mais um conselho: tem o Carlos Eduardo também. Cadu é um ponta de muita velocidade. O apelido dele é trovão, filho do vento.
Não consulte outras fontes. Elas podem te confundir. Acredite em mim.
Abraço e boa sorte no Colorado.