Chapéu, vilão, títulos, ídolo e artilheiro: O fim da era Dudu no Palmeiras
Foto: Jayson Braga
A passagem de Eduardo Pereira Rodrigues no Palmeiras teve o seu ponto final na madrugada da última quinta-feira, 16, quando Dudu embarcou para Doha para assinar com o seu novo time.
Ídolo e segundo atleta com mais tempo de casa do atual elenco só atrás de Jailson, o camisa 7 foi negociado com o Al-Duhail, do Catar, por 13 milhões de euros (cerca de 80 milhões).
Mas nem tudo foi alegria nas quase seis temporadas em que Dudu defendeu o Verdão. Apesar de toda euforia que a sua contratação trouxe ao torcedor, o seu início de trajetória no clube não foi nada fácil.
Após perder o pênalti no primeiro jogo da final do Paulista de 2015 e ser expulso ainda na etapa inicial da segunda partida, o vice estadual foi quase que todo na conta dele. Naquele momento, alguns torcedores já colocavam em dúvida o alto investimento em um jogador com um temperamento explosivo.
Dudu foi merecidamente punido pelo empurrão no árbitro Guilherme Ceretta e deu a volta por cima em campo. Sem o protagonismo de hoje mas com gols importantes, o Baixola viveu sua redenção na final da Copa do Brasil daquele mesmo ano. Com dois gols na finalíssima diante do Santos, ele foi fundamental no primeiro título do clube no Allianz Parque.
(Foto: Cesar Greco/ Ag. Palmeiras)
Em 2016, o camisa 7 deslanchou após a chegada de Cuca e com a faixa de capitão foi um dos atores principais do título brasileiro depois de 22 anos. Era o começo da idolatria para uma geração que nunca havia visto o Verdão ser campeão do principal torneio nacional.
O ano seguinte talvez tenha sido o menos brilhante de Dudu com a camisa alviverde. Mesmo com atuações e gols decisivos, ele não conseguiu levar o Palmeiras aos troféus que a temporada prometia.
Já 2018 resume bem a passagem de Dudu pelo Palmeiras. Com altos e baixos, sofreu com a perda do Paulistão para o maior rival. Parte da torcida não perdoou o erro na marca da cal e protestos contra ele aumentaram após não ter comemorado seu gol que garantiu a vitória ao Palmeiras diante do Internacional, pelo Brasileirão.
Roger deu lugar a Felipão e com seu “paizão” no banco de reservas, Dudu viveu a sua melhor fase no Palmeiras. Decisivo e craque do time que passou todo o segundo turno invicto naquele Brasileirão, a conquista coroou definitivamente a passagem do camisa 7 pelo clube.
(Foto: Cesar Greco/ Ag. Palmeiras)
O ano passado foi o retrato quase perfeito de 2017. Dudu carregou o Verdão nas costas e foi o ponto fora da curva de um time perdido dentro e fora de campo.
Prass se foi. Dudu que já havia perdido Nobre, Zé Roberto, Moisés e Gabriel Jesus, ficava somente com seu amigo Jailson como símbolo da reconstrução de um Palmeiras que voltou a ser respeitado pelos seus rivais.
(Foto: Cesar Greco/ Ag. Palmeiras)
A atual temporada parecia que seria mais um ano promissor para Dudu. Com 300 jogos completados, o atleta não escondia de ninguém o amor e até a vontade de encerrar a sua carreira no clube. Porém, como característica de sua história no clube, uma mudança repentina fora do campo mudou todos os seus planos.
Em entrevista para o Globoesporte.com no Aeroporto, Dudu garantiu que não é um adeus, e sim um até logo.
O ‘baixola’ deixa o Verdão como maior artilheiro do Século. Com 305 jogos, 70 gols e 76 assistências.
(Foto: Cesar Greco/ Ag. Palmeiras)