Como explicar para uma criança que driblar é errado?

Foto: Ag. Palmeiras/Divulgação

Você tem um filho que nasceu com um dom dado por Deus e você tem que assistir ele sendo reprimido por fazer aquilo que ele nasceu pra fazer.

Ele tem o que jogador brasileiro melhor sabe fazer, consegue fazer dribles e decidir um jogo através disso em um espaço curto. Ele consegue fazer as pessoas, no estádio, levantar e aplaudir. É a mágica do futebol.

Como explicar, então, pro seu filho que ele não pode executar o improviso? Pra uma criança de 13 anos, aprendendo sobre futebol e sobre a vida, que um drible é um erro e merece ser punido.

Qual a chance de não destruir o sonho de um menino tendo que evitar que ele possa impor seu talento, sem violência, maldade ou falta de espírito de equipe. Qual erro ele cometeu? Porque a cobrança?

Não faz sentido nenhum. O juiz não tem o direito de amarelar, de punir, de mostrar que é errado. Eu sempre disse pra ele que jogador normal tem vários, mas os diferentes estão em extinção, estão acabando. E ele não pode colocar em prática tudo isso.

Meu filho não quis debochar de ninguém quando deu o chapéu. Ele foi na direção do gol, não foi pro lado ou pra trás com a bola, pra desmerecer. Foi um improviso dele. Não é do perfil dele faltar com respeito.

Somos uma família humilde. Minha mãe não sabe ler e escrever e ela criou a gente assim. Meu filho vai aprender do mesmo jeito, com pés no chão e fé em Deus para poder construir a carreira dele.

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Nota da redação

Esse relato que fica acima descrito, adaptado por nós, que redijimos esse material, é de Douglas Ramos, um homem de média idade que veio de Valparaíso, Goiás, para São Paulo para trazer o seu filho tentando a sorte no futebol.

Ele é Endrick, de 13 anos, atleta do sub-15 do Palmeiras. O garoto foi vítima de uma advertência com cartão amarelo por tentar um chapéu durante um jogo da sua equipe. O árbitro em questão foi Bruno Prestes França.

Endrick é visto como um fenômeno da base. Ele já possui mais de 120 gols com a camisa do Palmeiras. Douglas, o pai, hoje trabalha no Palmeiras e, emocionado, deu esse relato à nossa reportagem.

O Nosso Palestra faz questão de repreender a atitude torpe do árbitro e de defender que o talento tenha vez e voz. E que os sonhos não sejam impedidos de acontecer e florescer pelo medo de fazer o novo.

Ao Endrick e ao Douglas, nossos melhores desejos de sorte e sucesso.

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