Companheiros de zaga de Tonhão no Palmeiras relembram momentos: ‘Legado de dedicação e raça’

Ex-defensor faleceu nesta terça-feira (22) aos 55 anos em decorrência de complicações no fígado

Um dos grandes defensores da história do Palmeiras, Tonhão faleceu nesta terça-feira (22) aos 55 anos. Relembrado como um verdadeiro palmeirense – que até carregava uma tatuagem do clube -, o zagueiro deixa amigos que atuaram ao lado dele no Verdão, e que relembram do ex-defensor sempre de forma alegre.

– O Tonhão no dia a dia era um cara alegre, muito profissional. Ter jogado com ele foi um privilégio, era uma companhia de zaga muito forte, que colocava respeito muito pela presença. Os atacantes o respeitavam bastante – afirmou Clebão, ex-zagueiro do Alviverde, ao NOSSO PALESTRA.

– O Tonhão era um cara muito bom de grupo, a sua característica mesmo era levantar o grupo. Ele treinava muito, sempre muito empenhado. Jogar com ele foi muito bom, a gente se completava: ele era raçudo, eu era mais técnico. Fizemos uma ótima dupla no Palmeiras, marcamos época – completou Antônio Carlos Zago, também ex-defensor da equipe, ao NP.

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Tonhão tinha tatuagem do Palmeiras no braço

Lembrado como um dos zagueiros mais raçudos e dedicados de sua geração, Tonhão se sobressaia por conta de sua entrega, sempre dando o máximo nos treinamentos e jogos. A vontade que tinha quando representava o Palmeiras fez ele cair nas graças da torcida, sendo um dos ‘xodós’ dos palmeirenses na conquista do Campeonato Paulista de 1993.

– Ele era o xodó da torcida naquele time de 1993, até cantavam para ele “Tonhão, Tonhão, Tonhão”. Vai ficar marcado na história, um jogador raçudo que, por ser palmeirense, queria ganhar de qualquer maneira. Todo mundo vai ficar marcado, mas acho que ele um pouco mais por ter sido o xodó da torcida – disse Zago.

– Ele deixa um legado de muita identificação, muita raça. De que é possível, quando você foca, com dedicação e muito treinamento, se tornar um vencedor e campeão. Para a torcida e para nós, fica a amizade, alegria e entrega total. Um palmeirense que cresceu ali dentro, que tem o símbolo tatuado – seguiu Cléber.

Apesar do número de zagueiros qualificados naquele elenco, que disputavam posição, a dupla relembra que tudo acontecia de forma natural. Por se identificarem com características diferentes do eterno ídolo do Verdão, Clébão e Antônio Carlos puxam da memória duplas que se “completavam”, somando a técnica de cada um com a raça inconfundível de Tonhão.

Homenagem ao time campeão Paulista de 1993 feita no ano passado (Foto: Cesar Greco/Palmeiras)

– Éramos da mesma posição, mas nossas disputas eram muito leais. Sempre trabalhávamos firme e forte, quem ganhava com isso era o Palmeiras. Nós, juntos, ajudamos o Palmeiras a ser campeão, cada um com sua característica – relembrou Clébão.

– Nós fomos parceiros, éramos praticamente titulares naquele time de 1993. Quando existiu a disputa, ela era sempre sadia, nos dávamos muito bem. Ano passado foi a última vez que o vi, na homenagem que o Palmeiras fez no Allianz. O companheirismo era o que prevalecia naquele time – emendou Antônio.

Apesar de uma figura extremamente séria dentro de campo, Tonhão era quem comandava a animação do vestário. Fã de pagode e um dos “músicos” daquele elenco, Cléber se lembra dele como uma das almas do grupo, além de contar do dia que Jéssica, filha de Tonhão, nasceu, como um dos mais especiais da vida do ex-defensor.

– Têm muitos momentos especiais do Tonhão. Ele gostava de fazer o pagode, sempre puxava músicas que o grupo todo cantava. Eu recordo muito do dia do nascimento da filha dele, ele ficou muito feliz em ter a Jéssica – contou.

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Zago, por sua vez, lembra das brincadeiras que tinham com Tonhão no Palmeiras, que, quando ficava nervoso, costumava gaguejar. O campeão do Paulistão relembra com felicidade dos anos juntos, exaltando a alegria ao lado do companheiro.

– Quando ele ficava nervoso, ele ficava gago e gaguejava para caramba, o pessoal enchia o saco dele por isso. Foram anos muito bons que passamos juntos, esse era um dos momentos que mais lembro, dávamos muita risada – concluiu.

Antônio Carlos Costa Gonçalves, o Tonhão, nasceu em São Paulo, em 23 de fevereiro de 1969. Pelo Palmeiras, participou da campanha do título Paulista de 1993, sendo titular na decisão contra o Corinthians, no Morumbi. Ele ainda venceu outros seis campeonatos pelo Verdão: Paulista (1994 e 1996), Rio-SP (1993), Brasileiro (1993 e 1994) e Torneio Euro-América (1996).

Ele faleceu morreu nesta terça-feira (22) em razão de complicações de um problema no fígado. O defensor tinha 55 anos, estava internado e a filha dele informou sobre o falecimento nas redes sociais do zagueiro.