Trata-se, sem sombra de dúvidas, de uma das maiores duplas da história da Sociedade Esportiva Palmeiras. Não apenas pelo que venceram, e é muita coisa, mas pela simbologia envolvida. Um palmeirense de família, o outro, jogador de costumes incomuns e com o maior carisma do mundo, dois canhotos, duas histórias que não iam bem, mas que se converteram na soma de talentos que marcou época no Verdão.
Scarpa é paulista, nascido em Hortolândia, mas ganhou notabilidade jogando pelo Fluminense, no Rio de Janeiro. Contratado em 2018, o camisa 14 demorou a poder atuar. Em litígio com seu ex-clube, teve de lutar na justiça para poder exercer seu trabalho. Apesar dos minutos importantes que teve com Felipão, é consensual que seu auge começou na gestão de Abel Ferreira, a partir de 2020, chegando ao posto de ‘craque’ da companhia.
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A história de Veiga é mais romântica, se podemos dizer assim. Torcedor do clube, daqueles que iam para o concreto do antigo Palestra Itália, ao lado de seu pai e avô, sua chegada ao Palmeiras foi ainda em 2016, final de temporada, pensando em 2017. Vindo do Coritiba, não se firmou. Teve um ano discreto e foi emprestado ao rival daquele que o revelou. No Atlético Paranaense voltou a ter minutos, destaque e liderou o elenco campeão da Sulamericana.
Foi trazido de volta com destaque para a temporada de 2019, e voltou a jogar sob o comando de Felipão. Apesar do destaque no time que havia sido campeão Brasileiro no ano anterior, Veiga foi coadjuvante. Bem como Scarpa, figuravam entre banco e titulares, tendo seus nomes ventilados entre aqueles que poderiam sair no ano seguinte. Com o caos que se instaurou no clube, saída de treinador, diretor e direção, 2020 começou com novas expectativas.
Com Luxemburgo, Veiga e Scarpa alternavam vagas, muitas vezes deslocados para funções de ponta ou outras que não cediam a eles um bom desempenho. Campeões Paulistas, mudaram de patamar a partir da chegada de Abel Ferreira, no meio daquele ano. Desde então, entre improvisos, alternância no time e muita moral com o torcedor, levantaram duas Libertadores como titulares, disputaram dois Mundiais, venceram dois Paulistões e uma Recopa Sul-americana. Cavando vaga na história do clube.
Veiga já passou dos 200 jogos com a camisa do seu time do coração. Scarpa tem mais de 100 apenas dentro de casa. O camisa 14 se tornou produto licenciado do clube, com seu cubo mágico. É herói de crianças, ídolo de outros tantos. Com Rock’n Roll nas veias, mostrou que o futebol pode ter muito de skate, boxe, brinquedos e livros. Com o fim de seu contrato, que vai até dezembro de 22, jogará a próxima temporada na Inglaterra, no Nottingham Forest, encerrando seu ciclo palmeirense.
Veiga foi parado por uma contusão grave no tornozelo direito e operado para recuperação plena da lesão. A tendência médica é que não volte a jogar durante a vigente temporada. Podendo ainda ser Campeão Brasileiro, não deve mais estar em campo ao lado do parceiro e amigo Gustavo Scarpa, mas certamente está marcado para sempre como parte de uma das maiores e importantes duplas da história. Os canhotos que lideraram gols, assistências, faltas, escanteios e pênaltis do elenco que venceu duas Libertadores num ano só.
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