O pai do Pedro Luiz Pizzo não conseguia mais ver os jogos no hospital. Mas o filho contava cada gol e cada partida. Faltava uma vitória para ser campeão no domingo, contra a Chapecoense, no Allianz Parque. O gol inacreditável de Fabiano o Pedro só contou em oração. O pai partiu dois dias antes da conquista também antes da hora.

Tem como planejar algo nesta vida?

Melhor levá-la como futebol. Jogo a jogo. Vitória a derrota. E muito empate. Mais empatamos que vencemos nesta vida. Tem mais 1 x 1 que 4 a 0 neles ou 0 a 1 pra eles.

Dá pra treinar, estudar, se preparar, se superar. Mas o resultado e o apito final não dependem só da gente. E ainda bem que é assim.

O pai do Diógenes Caballero dormia mais cedo nos dias de semana pra não ver o jogo. Mas ouvia o placar pela celebração da família. Ou não. Nos jogos à tarde, saía de carro ouvindo música no pan-drive. Parava na padaria pra ver os melhores momentos no intervalo. Voltava ao carro no segundo tempo.

Se desse Palmeiras, tinha pizza em casa pra família. Se não desse, valeu a jornada que terminou 4 dias antes do casamento do filho. Mas não terminou essa paixão que o Diógenes já passou pros filhos. Eles assistem junto ao nosso Palestra.

Até quando o Diógenes não sabe ainda se também vai seguir a tradição do pai de não ver os jogos dificílimos como o de quarta.

Fosse o pai, dormiria cedo. E sonharia com dois gritos nos 90 minutos e um a mais que o Boca nos pênaltis. Ou pelo menos três durante o jogo e nenhum xingamento a favor deles. Ele sonharia com a classificação que não é sonho. Pode acontecer.

Ainda mais com o Pedro Luiz contando em oração na madrugada de quinta pro pai lá em cima como foram os gols da classificação. E o Diógenes saindo pra comprar pizza na madrugada. E guardando o melhor pedaço pro pai.