Dando a letra. Mirassol 1 x 1 Palmeiras.

Jorge Ben Jor é gênio para fazer música. Não para fazer letra. Como Borja tentou dar uma letra de Bob Dylan no primeiro tempo no inferno de Mirassol e saiu mais um funk pancadão. O lance bizarro virou meme instantâneo. Como o palmeirense instantaneamente imaginou que o belo passe de Moisés para Carlos Eduardo no final acabaria do jeito que se perdeu pela linha de fundo, no empate merecido dos reservas do Palmeiras contra o limitado porém bravo Mirassol. Com um homem a menos logo depois de levar o gol de pênalti de Gómez aos 5 finais, e ainda assim empatar com Carlão em lance bem trabalhado pelo Mirassol que se superou contra um Palmeiras mais uma vez decepcionante.

É maldade e injusto medir qualquer profissional de qualquer campo pelo que custa. Mas o mais caro atleta da história do Palmeiras, ainda que artilheiro da temporada campeã brasileira em 2018, não pode ser só isso que tem sido Borja desde 2017. O Cyborg Carlos Eduardo (o ponta de 6 milhões de dólares, como o clássico da TV enlatada dos anos 70) não pode ser isso que se pagou desde o Goiás. Caro demais pelo que pode produzir. E já se sabia que não poderia muito mais.

O Palmeiras quis Keno. Excelente custo-benefício em 2017-18. Não conseguiu. Apostou caro demais em Carlos Eduardo. Pode até virar o jogo. Gustavo-19 em Itaquera e (enfim) Jean Mota versão 2019 na Vila estão sendo ótimos e raríssimos exemplos de páginas e jogos virados.

E nem assim custaram os olhos esbugalhados da cara como os nomes mais digitados do Twitter pós-Mirassol. Mais indigitados em outra partida fraca do Palmeiras que pode dar mais chances a Zé Rafael – ou a todas as que Carlos Eduardo teve. Talvez não mereça tantas críticas aporcalípticas o time campeão de Felipão para começo de placares melhores que os desempenhos na temporada.

Mas, assim como os investimentos em Borja e Carlos Eduardo, o benefício do custo é ainda muito curto.