Debate Nosso Palestra: Gabriel Heinze x Miguel Ángel Ramírez – quem convence o Palmeiras?

Confira as declarações de ambos, exerça a democracia e decida para quem vai seu voto

Seja bem-vindo ao ‘Debate Nosso Palestra’, onde os convidados têm que apresentar seus argumentos e convencer a torcida do Palmeiras sobre quem é mais capacitado para assumir o cargo de técnico da equipe principal.

E se você fosse às urnas para escolher o dono da próxima volta do relógio no futebol do seu time? Aquela pessoa que representará suas cores nos próximos anos, que será a voz da glória e receberá as pedras do fracasso. Qual seria sua escolha?

(AVISO: o debate não é real. As falas foram retiradas de outros portais e estão descontextualizadas. O único intuito desta matéria é promover uma ‘brincadeira’ ao reviver frases – sempre creditadas, à exceção de coletivas de imprensa – dos treinadores cotados pela torcida do Verdão)

Que o ‘Debate Nosso Palestra’ comece!

[APRESENTADOR] Com apelo popular, Gabriel Heinze chega com carinho do torcedor por seu estilo emocional, inquieto, sanguíneo e intenso. Sem muitas conquistas como treinador, mas com uma metodologia de trabalho bem definida e com resultados interessantes em poucos anos de carreira, o ex-defensor da seleção da Argentina é o primeiro candidato do embate.

Do lado de lá, Miguel Angel Ramirez é uma escolha segura. Centrado, jovem, ortodoxo e super preciso em suas falas, o espanhol é o rei do conceito e possui resultados impressionantes na breve carreira. Chega como o cérebro da disputa e é quem lidera as pesquisas boca de urna.

Gabriel Heinze é quem fala primeiro. E a pergunta já é capciosa. O que o treinador argentino tem a dizer sobre sua metodologia?
 
– Eu não aposto em um jogador. Eu o treino e o preparo, trato de lhe dar ferramentas e trabalho para que as coisas se saiam bem. Eu trabalho, não aposto. Não mudo quando as coisas vão mal, porque mostraria que não creio no que estou fazendo. Reafirmo coisas e dou mais ferramentas aos meus jogadores.

[APRESENTADOR] Miguel Ángel tem a chance da réplica:

– Nos treinos, procuramos não fazer muitas pausas e não falar mais do que o necessário. Não dou palestras. Vamos para o que temos que ir. Ensinamos vídeos, o que queremos fazer e por quê. Com o passar do tempo fiquei em silêncio. Treinadores falam muito e dizem pouco. Os meus assistentes são muito bons, não sou um centralizador nesse sentido. Se há algo que gosto no basquete ou no futebol americano é o trabalho em equipe, cada um com sua função. Não sou quem mais entende na minha comissão técnica. O maestro de orquestra não tem que ser aquele que mais entende de música, mas sim o encarregado de ordenar todos os instrumentos – explicou (em entrevista ao jornal Marca).

Ramírez é um desejo da torcida do Palmeiras (Foto: Divulgação / Independiente Del Valle)

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[APRESENTADOR] O assunto agora é humildade. O elenco do Palmeiras é recheado de grandes nomes e, portanto, há muito ego nos vestiários. Um técnico muito vaidoso e cheio de si poderia inflamar o ambiente, o que atrapalharia sua convivência e reduziria sua vida útil no comando da equipe. O que Miguel Ramírez tem a dizer sobre isso?

– Se aprendi algo com outras disciplinas, principalmente o basquete, foi a desmistificação do treinador e a importância do trabalho em equipe. Não suporto quando as pessoas falam sobre “Independiente del Valle de Miguel Ángel Ramírez” ou dizem “Miguel Ángel Ramírez conseguiu isso”. Não, olhe, Miguel Ángel Ramírez não conquistou merda alguma. Miguel Ángel Ramírez faz parte de uma comissão técnica. Essa é a chave. Tenho dois assistentes que trago porque são melhores do que eu e porque vão me dar coisas que não tenho. Martín Anselmi, por exemplo, responde a um perfil de futebol mais profissional, porque nem Felipe Sánchez Mateos nem eu tivemos aquela experiência que senti que iríamos precisar – respondeu o técnico espanhol (entrevista à revista Panenka).

[APRESENTADOR] E o senhor, Gabriel? Sua fama por aqui no Brasil é de um cara de muita personalidade, o que diz?

– *fala fictícia* É estranho falar sobre minha própria humildade, portanto, vou ler aqui um trecho de uma matéria do jornal ‘La Nación’ sobre o dia em que fui campeão da segunda divisão com o Argentinos Juniors:

A sala de conferências está lotada, mas quase não há vozes. Apenas o padrão daquele vazamento que está preenchendo um corte de tambor no meio. O homem que jogou no luxuoso estádio Bernabéu e no imponente Old Trafford nunca se importou com as aparências, apenas cumprindo o mandato da sua consciência e do seu coração. Ele entra sozinho na sala, mas imediatamente se vira e, na direção de onde só ele vê, dá uma ordem: “Todos, vamos, vamos … eu disse todos!” Então, nove pessoas estão atrás dele. “Hoje é o dia deles, porque sem eles eu não teria feito nada. Eles são meu barco; Eles realmente amam os argentinos e merecem estar aqui. Eu apenas disse esquerda ou direita, mas eles estavam no comando. O centro da cena e as fotos deveriam ser para eles, e meus aplausos também”. Então ele colocou o microfone sobre a mesa e os aplaudiu. Eram os anônimos de que quase ninguém se lembra: a equipe médica, os dois adereços, o kinesiologista, o assessor de imprensa, o chefe da segurança do campus e a psicóloga do clube.

Gabriel Heinze é mais querido pela torcida do que pela diretoria do Palmeiras (Foto: Divulgação/Vélez Sarsfield)

[APRESENTADOR] Muito bem, já que entramos no mérito do elenco na última pergunta, a avaliação de muitos torcedores é que os jogadores do Palmeiras não são suficientemente bons e estão acomodados em contratos longos, com largos salários. Heinze, você concorda que o grupo de atletas do Verdão não é tudo que pintam por aí?
 
– Sua análise é muito fácil, que lhe deem um cheque em branco e aí você busque os melhores do mundo. O que eu faço é dar todas as ferramentas possíveis ao jogador. Vou treiná-los e não sei se vão fazer 500 gols, mas vão viver desta profissão. Não sei se serão os goleadores dos torneios, mas fique tranquilo que vão melhorar e dar alegrias, sabe por quê? Porque na minha análise, completamente distinta da sua, eu vejo neles qualidade e condições. Às vezes demora um pouco mais para que tenham mais qualidade, mas para mim eles a têm. Vou trabalhar para que você erre ao máximo possível na análise. (vídeo abaixo)

[APRESENTADOR] Vou manter o tema, mas mudar a pergunta para o Miguel. Vamos supor que o elenco alviverde seja fraco, como muitos torcedores dizem. Seu estilo como treinador é o do famoso ‘jogo de posição’, um modelo bastante sofisticado e complexo. É possível ensiná-lo a jogadores ‘medianos’, ou ‘ruins’?

Eu acredito que possa ser aprendido. O tempo e a experiência no Independiente del Valle provam que estou certo. Temos perfis de jogadores muito diferentes e vemos como esses princípios se desenvolvem e aprendem com o tempo. Se você os estimular e fornecer as ferramentas, eles serão capazes de colocá-lo em prática. Mas é verdade que este jogo expõe você, denuncia você. Porque, no final, é um jogo em que você dá ferramentas, mas tem que haver uma relação oportuna com o espaço, os companheiros e os adversários. Então, no momento em que você não consegue… Isso pesa. O jogo posicional é muito durão, porque também é muito limitador. (entrevista ao Panenka)

[APRESENTADOR] Muito bem. Com isso, finalizamos o ‘Debate Nosso Palestra’ entre os favoritos da torcida para o cargo de treinador do Palmeiras! Desejamos muita sorte aos candidatos e muito discernimento à torcida, pois ambas as opções (e as outras que correm por fora) possuem muita capacidade, mas precisam de tempo para realizarem, na prática, tudo que disseram aqui.

Agora, está com vocês. Exerça a democracia e responda: para quem vai seu voto?

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