Dia de raiva

O que vocês fizeram conosco, né. É meia noite e pouco, começo daquele dia que a gente começa a estampar em qualquer pedaço de papel, uma rede social com folha em branco, bem na nossa testa: é dia de Palmeiras. É dia de vitória, é dia de Allianz Parque, é dia de sacudir essa cidade, o meu Palestra.. vocês sabem o quê.

Virei o dia com certa reticência, aquele humor chato que só nós sabemos ter, mas existe alguma coisa de muito inexplicável que me fez mudar de postura com dois, três minutos de concentração. É contra um rival que eu detesto e de quem a vitória me é extasiante. Como me reconhecer alheio a um choque do alviRei? Não, de jeito algum. É porrada quando é dia de porrada, é lealdade em dia de guerra.

Se Deus é um homem, uma mulher, um ser extra gênero ou clubista, eu não sei, mas que San Gennaro merece uma vela, dois minutos do Palestra nosso de cada dia, umas varias promessas de sinceridade torcedora, cara, tudo isso vale demais. Hoje é dia de arrancar três pontos, três noites de paz e três meses de orgulho renovado contra quem é um absoluto ninguém dentro da NOSSA CASA. É dia fazer o sinônimo de lar ser inferno.

O inferno são os outros, eles devem pensar ao nos ver, ouvir e sentir quando pisarem no solo quase já sagrado do velho jardim abençoado. É reassumir o clima que tomou conta de nós em grandes dias e noites de decisão, de clássico, de vitórias, goleadas e coberturas.

Acordem, jogadores, com ódio, com a lembrança do que já fizemos outrora. Joguem por nós e por raiva do que vocês ainda não fizeram. Se vocês pedem tanto a nossa sintonia, nos ofereçam o esforço infinito.

Acordem, torcedores, com ódio do que nos tornamos, do clima morno que estamos querendo fazer hábito. É dia de esquecer o que passou e durante noventa minutos, entender que sua voz vai ganhar o jogo, ganhar a paz e ganhar o orgulho que anda meio macambúzio, como o meu humor há uma hora atrás. Não mais, não agora.

Porque é dia de Palmeiras! Avanti!