Do grego e do mano: estratégia!

É tática de guerra. Armar toda uma ideia para que se vença uma batalha. Usar as armas corretas no tempo certo, preservar forças, aniquilar poderes do ladelá. Pensar uma disputa antes mesmo dela começar. Sob o comando de um líder, o grupo executa a ideia. Nesta noite, foi a vitória da estratégia.

Com nomes em risco, com pernas esgotadas e algumas almas preservadas, o Palmeiras foi ao Rio em busca de gás para o que vem e com a noção de que era viável seguir respirando no campeonato com os que poderiam ir a campo. Uma segunda unidade desse elenco grande foi a campo com uma ideia. E executou com alguma destreza aliada a algum desespero.

Não demorou até que Lucas Lima finalizasse pro gol uma jogada que dá água ao futebol seco que o Palmeiras não quer mais jogar. De pé em pé, desde as mãos de Prass, atravessou o gramado horroroso de São Januário até o fundo das redes de Fernando Miguel. O time de Mano, que quer gostar, mas ainda resiste ao amor, da bola, teve um lampejo de futuro.

As coisas corriam bem no plano de guerra alviverde, mas o tiro saiu pela culatra. Mayke se enrolou com os pés e errou o lado da batalha. Balançou as próprias redes e igualou a disputa. O jogo ficava nervoso e inconstante. Nada acontecia de muito efetivo. Algo que não convencia lado algum. O intervalo vem para uma mudança fundamental. Era hora de usar armas de maior calibre.

Longo tempo desde a última vez, Luís Adriano, o camisa 10 e o poço de talento de uma função pobre desse elenco, voltou a assumir seu cargo com excelência. Pouco tempo depois, Dudu, o tanque de guerra, veio para o jogo e com a dupla, as ações foram verdes. As coisas mudariam, pela última vez, nos pés do 10.

Em lance individual e de rara felicidade, foi o dono do ataque alviverde que garantiu a vitória. Fintou dois vascaínos e finalizou com classe. A estratégia do experiente e interessado comandante funcionava à rigor.

Ainda que Rafael Traci, o vilão de apito na boca, tentasse bagunçar os minutos finais da disputa com VAR, vermelho e vontade alguma de facilitar a vida desses noventa e poucos minutos, a vitória veio para manter o Palmeiras vivo.

Frio e calculista, Mano Menezes vai mostrando armas para seguir na chefia de um Palmeiras ambicioso e com vontade para o ano que vem. E talvez esse ano, a ilusão permite. Sábado vale o ano, de novo, e disso o Palmeiras fala amanhã. Porque hoje, soldado, descansar.