Do treino em campo ao monitoramento do sono: como comissão técnica revolucionou maneira do Palmeiras lidar com futebol
Provavelmente, nem o torcedor palmeirense mais fanático imaginaria que o clube passaria por essa transformação na última década.
18 de novembro de 2012. Estádio Raulino de Oliveira, Volta Redonda, RJ. 36ª rodada do Brasileirão. Aos 43 minutos do segundo tempo, Vagner Love, revelado pelo Palmeiras, empata a partida para o Flamengo, então clube que defendia, e decreta o segundo rebaixamento do clube alviverde, uma década depois do descenso de 2002.
Em 2013, o Palmeiras é campeão da Série B, fazendo 79 pontos e cumprindo sua “obrigação”. No ano da volta à Série A, em 2014, o coração do palmeirense mais uma vez esteve atribulado, já que na última rodada, contra o Athletico-PR (ainda Atlético na época), o clube correu o risco de cair outra vez, mas conseguiu escapar, ficando na 16ª colocação, com 40 pontos em 38 partidas.
Este breve panorama foi feito para relembrar a situação do Palmeiras naquela época, que é bem diferente da que vive hoje. Em pleno 2023, o clube se consolidou, de fato, entre os maiores do país, assumindo a alcunha de “Maior Campeão do Brasil”. Isso fica claro com os resultados de 2015 em diante:
- 2015: campeão da Copa do Brasil
- 2016: campeão do Brasileirão
- 2017: vice-campeão do Brasileirão
- 2018: campeão do Brasileirão
- 2019: 3º colocado do Brasileirão
- 2020: campeão do Paulistão, da Copa do Brasil e da Libertadores
- 2021: campeão da Libertadores
- 2022: campeão do Paulistão, da Copa do Brasil e da Recopa Sul-Americana
- 2023: campeão da Supercopa do Brasil
Provavelmente, nem o palmeirense mais fanático imaginava que o clube conseguiria sair daquela crise e voltar a ocupar um lugar de destaque no cenário nacional e continental tão rápido. Longe de ser obra do acaso, isso aconteceu devido a uma verdadeira revolução na comissão técnica e na condução do clube.
Continue a leitura para entender quais foram os fatores que levaram a Sociedade Esportiva Palmeiras a mudar de patamar nos últimos 10 anos.
A linha do tempo do Palmeiras: a revolução do clube nos últimos 10 anos
Vamos passar não por todos os anos, mas pelos principais acontecimentos que transformaram a estrutura e a realidade do clube, o que tem a ver com monitoramento do sono – acredite, é verdade.
2013: a queda, a reformulação do elenco e a estrutura de base
Com a queda para a 2ª divisão e um orçamento mais enxuto, o elenco naturalmente passou por reformulações. Porém, uma mudança significativa promovida pelo então presidente Paulo Nobre foi a reestruturação das categorias de base.
Erasmo Damiani, que já tinha sido técnico de Figueirense, Avaí, Joinville e Athletico-PR, passou a ser o responsável pela base do clube, que agora era profissionalizada, ou seja, com uma equipe de gestão e treinamento exclusiva para os jovens, assim como acontece com os profissionais.
2015 e 2016: chegada da Crefisa, fortalecimento do elenco e o desempenho de Gabriel Jesus
Não dá para dissociar o Palmeiras da Crefisa atualmente, e a empresa passou a patrocinar o clube em 2015.
O elenco foi ainda mais qualificado, preparado para batalhar por várias competições. O primeiro fruto já foi colhido na temporada de 2015, com o título da Copa do Brasil sobre o Santos, nos pênaltis, com direito à última cobrança convertida pelos pés do goleiro Fernando Prass, naquele que se tornou um momento icônico para o clube.
No final do ano de 2015, o clube contratou Moisés, do Rijeka, da Croácia, que foi um dos pilares do elenco desde quando chegou. Alguns meses depois, em 2016, o volante Tchê Tchê, que tinha se destacado no Audax, chegou para complementar o elenco e fazer uma bela dupla com Moisés.
Ah, lembra da estrutura de base? Pois então, em 2015 ela deu um grande fruto: Gabriel Jesus, que estreou no elenco profissional no mesmo ano, com direito a um belíssimo gol contra o Cruzeiro, pela Copa do Brasil.
2017 e 2018: a consolidação na primeira prateleira do futebol brasileiro
Depois de dois títulos nacionais nos dois anos anteriores, o Palmeiras voltou a ocupar um lugar de destaque no futebol nacional. O clube acabou na 2ª colocação do Campeonato Brasileiro em 2017 e voltou a conquistá-lo em 2018, um claro sinal de um trabalho muito bem estruturado.
É fato que a Crefisa foi um divisor de águas para o Palmeiras, mas outro projeto também foi muito importante: o Avanti, programa de sócio-torcedor do clube. Em 2017, o clube arrecadou R$ 121 milhões apenas somando a renda de bilheteria com o Avanti.
2020: o fator Abel Ferreira
O ano de 2020 foi marcado pela pandemia de COVID-19, que afetou seriamente a rotina de muita gente ao redor do mundo. Não poderia ser diferente com o futebol brasileiro, que ficou aproximadamente 3 meses sem partidas disputadas.
Porém, este também foi um ano muito significativo para o Palmeiras, que venceu o Corinthians na final do Campeonato Paulista de 2020, disputada em agosto justamente por conta da pandemia. O técnico era Vanderlei Luxemburgo, que já tinha seu nome marcado na história do clube alviverde.
Porém, foi em 5 de novembro de 2020 que aconteceu uma das maiores mudanças da história recente do clube: a chegada de Abel Ferreira. O técnico, que veio do PAOK, da Grécia, era desconhecido no Brasil, mas chegou e provou seu valor com vitórias e títulos.
Desde sua chegada, foram duas Copas do Brasil, duas Libertadores da América, um Brasileirão, uma Recopa Sul-Americana e um Paulistão, além de uma campanha bem encaminhada na Libertadores de 2023, em que o clube já atingiu as quartas-de-final.
Passados quase 3 anos com o português no comando do clube alviverde, fica mais fácil identificar alguns motivos que o levaram a ter tanto sucesso. Prova disso é uma declaração de Abel ao “Canal 11”, de Portugal, que chamou bastante atenção.
Nessa entrevista, o técnico mostrou um sistema de monitoramento de sono dos atletas. A ideia pode parecer invasiva ou maluca, mas acredite: faz todo sentido, inclusive com respaldo médico.
De acordo com os especialistas, ao monitorar a qualidade de sono dos atletas, a equipe técnica pode avaliar a probabilidade de que um atleta se lesione ou não durante uma atividade física ou partida, o que ajuda a fazer escolhas mais planejadas pensando na manutenção do elenco.
Este é um ponto que ocorre fora dos campos, mas que faz toda a diferença dentro das quatro linhas. De maneira similar, podemos também falar sobre o foco cobrado pelo treinador aos seus jogadores, simbolizado pela “Regra das 24 horas”.
Abel diz que os atletas têm 24 horas para comemorar em caso de vitória ou para se lamentar em caso de derrota. Depois disso, é hora de erguer a cabeça e voltar aos trabalhos, já que a cobrança é constante.
É claro que isso não significa que os atletas têm folgas de 24 horas após todas as partidas, mas é mais uma questão psicológica e emocional do que física, de fato – o que não deixa de ser valioso, muito pelo contrário.
Palmeiras: um time que mostra porque, de fato, é campeão
As práticas adotadas diariamente só comprovam o que o hino do clube já diz. Quem olha os títulos e conquistas, a competitividade do elenco (por vezes carente de reforços) e o comprometimento com o técnico pode achar que isso é obra do acaso, mas, como vimos, muitos fatores ajudam a explicar a atual situação.
Ao procurar por dicas para apostas esportivas, não deixe de analisar também os fatores extracampo. Afinal, assim como percebemos com este olhar mais minucioso sobre o Palmeiras, temos acesso a várias informações e conhecimentos que ajudam a fazer palpites ainda melhores, com resultados tão verdes quanto os uniformes palmeirenses.