Dudu e mais 10: obrigado por sempre dar o sangue
(Foto: Cesar Greco/Ag.Palmeiras/Divulgação)
Você foi a arrancada quando nossas pernas travaram. Você foi muito maior do que qualquer zagueiro que veio tentar te desarmar. Você – com 1,66m – jamais se escondeu de uma jogada. Pede, dribla, tenta, passa. Quando a fase não é boa, quando a maré é de azar, quando a bola não entra. É sempre o mesmo. Dudu é unanimidade no coração do palmeirense. Dudu e Prass têm lugar cativo na boca da torcida que canta e vibra. Apesar do grito de campeão ser de outro time em 2019.
Você não teve o melhor companheiro para empurrar para o gol. Nem o Moisés de 16 para te servir. O Jesus para dividir a parada. Scolari para repartir a liderança. Não teve Zé Roberto para lembrar o resto do grupo o tamanho do Palmeiras. Nós jamais imaginamos que alguém poderia ser maior do que Edmundo. Mais decisivo do que Paulo Nunes. Quase que arma única no ano que está demorando para passar.
Você foi nossa esperança quando 2014 acabou. Quando o rebaixamento quase chegou. Você foi nosso orgulho quando disse não ao Corinthians e ao São Paulo. Quando decidiu vestir verde. Feliz é o time que tem a esperança como cor. E Dudu como atacante. Quem decidiu em 2015. Quem calou o atual campeão em 2016. Quem voltou a ser a voz do palmeirense sendo o melhor do campeonato no ano passado.
Vão chegar mais especulações. O mundo te quer. Milhões serão oferecidos. Contratos longos, dinheiro para dar e vender, garantias para o resto da vida. Mas ninguém vai te dar o amor que nós te demos. Ninguém vai te chamar de terror. Ninguém vai te entregar tantas crianças com a camisa sete nas costas. Do time que você carregou nas costas outra vez. Você é o chapéu. A cobertura. O passe na medida. A finta. Você é o Palmeiras.
Você poderia ter saído em todos os anos que esteve conosco. A China te procurou, a Europa te quis e até o futebol brasileiro te sondou. Você sobrou em campo e negou os outros. Negou sair quando já te enxergavam fora. Você continuou para ganhar a Libertadores. Bateu o pé no Allianz para ser símbolo de uma conquista da América. Por enquanto não aconteceu. E – se alguém não é culpado – esse alguém é o Dudu.
O Dudu é a criança que dá o primeiro chute. Que ganha o uniforme dos pais. Que conhece o estádio. Que sonha ser jogador de futebol. Talvez seja a camisa mais vendida de todas. O número mais querido. O sete que parece o dez. O sete bicampeão brasileiro. A cara do nosso time. Mesmo quando nosso time não tem a sua cara em campo.
Obrigado por ser nosso suor quando a lágrima foi mais evidente. Valeu por correr por todos que sonham te abraçar. Você foi nossa raiva quando as coisas não rolaram. Quando o chute não entrou. Quando o adversário levou a melhor. O esporte é assim. O futebol é isso. Nós somos você.
Dudu continuará sendo nossos pés até a última curva do campeonato.