É hora de cessar-fogo. Pelo Palmeiras!
Enough. Expressão tipicamente britânica e muito comum nos seriados que hoje se espalham pelo mundo, tipo o amor de uma gente por um clube. É mundial e nem começou em 51. Muito antes, lá no Império Britânico, idos de mil quinhentos e uns quebrados quaisquer. Ah, e sabem o que quer dizer? Que chega. Que basta. Que é hora de parar, é tempo de cessar. As guerras sabem o poder de um cessar. Nós temos muito o que aprender sobre isso. Mesmo.
É como se no meio de uma tempestade, você pudesse detê-la. Evitar as consequências que devastariam quase tudo. É como alguma letra do Coldplay. Aquele momento que ainda que tudo se mostre fora de prumo, mas você, por qualquer motivo, sente um arrepio pelos braços, um congelar de sentimentos, uma crença quase que automática no futuro. É possível parar e fazer melhor. Estender um braço de compaixão em razão da paixão que faz o elo entre todo esse mise en place da vida.
Enough, Família Palmeiras. Ainda que em um momento de dor, de discussões, da sala de casa com o volume da tevê quase no zero, o sofá assistindo solitário à programação, a mesa posta para ninguém, os quartos guardando roupas e pessoas que acabaram por machucar umas às outras, um dia de chuvas e trovoadas, ainda assim, sabemos que na primeira dor de dente que o filho tem, todos estarão de mãos dadas pra recomeçar, para dar um basta e fazer melhor, fazer unido, fazer como família. Se não nós, que vai nos fazer felizes?
Sempre há um motivo, sempre há um ponto de troca, um refrão que emocione, uma luta que valha a pena não brigar. Sempre há. Sabemos de tudo, de todos que se voltam contra nós, que o mundo já não é de tão amoroso, mas quem tem poder sozinho? Algum ente divino, talvez, mas esse já assisti tudo de casa. A união tem. Um exército não é uma reunião de armas, mas a alma munida de um povo que quer algo e não abre mãos dos seus em qualquer ocasião.
Se permitam amar, cara e caras. Basta do castigo. Eles já entenderam o erro, nós já assimilamos o golpe. Estenda a mão, mais uma vez. Se permita confessar que hoje, em algumas horas, você estará de terço na mão, de roupa da sorte, ouvindo os acordes que te tocam a emoção. Que cantará, em sussurros, cada música que os muitos de nós, cantarão lá, na terra irmãnimiga. Se permita dar um basta, assuma o pacto, não rife heróis.
Por mim, por você, pelo Prass, pelo Dudu, pelo Alex, pelos erros de Ubaldo, pelos milhares de quilometros, pelas economias de meses ou de uma vida, por uma geração que espera vingança, por um bem muito maior que a vaidade. Por uma história que faz a nossa vida ter sentido. Pelo motivo de tudo isso. Pela lágrima de bem ou de mau, por… enough.
Pelo Palmeiras!