É Palmeiras e + 11

 

Olha a foto. Dia 15 fará um ano. Data da proclamação da República do Aeroporco do Palmeiras antes do empate em Minas contra o Atlético.

Aqui você não vai olhar a foto das mensagens pichadas e não pensadas na Palestra Italia, nos muros do clube, depois de mais uma derrota na Bahia. Aquelas de sempre: se o time ganha os jogos que poderia ter vencido contra Cruzeiro e Corinthians, e não perdido por W.O. contra o Vitória, era um “time de guerreiros”. Como não foi, e perdeu feio no Barradão, e se perdeu também pelo primeiro erro de arbitragem em Itaquera (mas não só por isso), virou “time sem vergonha”, “bando de pipoqueiro”, e a ladainha usual de derrotas. Das compreensíveis como as limitações de Egídio e Juninho, às difíceis de entender, como a fase de Dudu e Moisés.

O que precisa ser feito hoje, amanhã, e no domingo contra o Flamengo, é o que fizemos naquele 15 de novembro em Congonhas. E outras tantas vezes. O que os rivais de domingo passado fizeram na véspera do Derby. O que os vizinhos de muro na Academia fizeram com o elenco deles no dia do San-São, antes de chegar ao Pacaembu. Abraçar o time, pegar no colo o elenco, fazer cafuné nos jogadores, apaziguar os ânimos, botar fé no pé, vestir a camisa como quem sempre veste a camisa.

Deu mais do que certo em 2016. Deu certo para os rivais recentemente. Sempre por amor e não pelo terror. Se dói e até dá raiva, tenhamos dó. Chutemos o balde de casa, gritemos até sangrar a garganta, tiremos o nó do nosso peito. Mas com respeito. Sem despeito. Com responsabilidade sem dar tapa na cara de palmeirense. Sem arrancar do fígado o fiasco que nos ferrou. Como fomos buscar a virada contra o Peñarol, os empates contra o Cruzeiro. A torcida foi show no Allianz Parque. Precisa continuar assim em todo lugar.

Não é “Felipe Melo e mais 10” como o imbecil pintou no muro do clube – e seria idiota sem responsabilidade se escrevesse Divino, Palestra ou Te Amo, Nonna. Não seria nem Ademir da Guia ou São Marcos e mais milhões. É Palmeiras + 11. O time voltou a cair horroroso. É muito pouco o que jogamos e ainda menos o que conquistamos em 2017. Mas partir pra ignorância só vai nos partir ainda mais. Só vai nos tirar o foco e o fogo em 2018.

Paz aos palmeirenses de boa vontade. E, também, um pouco mais de vontade aos homens do Palmeiras.

(PS: reiterando: “fazer cafuné” não é literal. O tom do texto é pra impedir violência e virulência. Chamar alguém de Zé Ruela não funciona. Pode e deve cobrar. Como aqui está cobrado. Com equilíbrio. Apenas isso. Com respeito. É tudo isso)