Em última coletiva como jogador, Zé Roberto agradece Palmeiras: ‘Clube mais importante da minha carreira’
Zé Roberto concedeu entrevista coletiva na tarde desta terça-feira (28) se despedindo. O jogador vai se aposentar dos gramados, mas será assessor técnico do Palmeiras em 2018.
Confira como foi toda a coletiva.
Agradecimentos:
“Depois da Portuguesa, tive a oportunidade de jogar num dos maiores clubes do mundo, o Real Madrid. Também meu agradecimento ao Bayer Leverkusen. O triunfo que não aconteceu como eu gostaria no Real, veio na Alemanha. O Bayern de Munique também, clube pelo qual joguei mais tempo na carreira. Agradecer ao Santos, ao Al-Gharrafa, à seleção brasileira. Foram quase 11 anos, 84 jogos, mais de 100 convocações, duas Copas do Mundo… Foram 10 clubes no total. Faltou o Hamburgo, dois anos jogando lá. Agradecer ao Flamengo também. E por último, o clube em que escolhi encerrar. O Palmeiras. Para mim, essa manhã está sendo muito difícil. Tentei prolongar, mas sabia que um dia esse momento ia chegar”.
Expectativa ao chegar no Palmeiras:
“Mesmo sem eu conhecer, o Mattos me passou coisas que me fizeram acreditar no projeto. O momento que eu vivia, não condizia com minha carreira. Quando o Mattos me passou esse projeto vitorioso, que estava reformulando o clube e montando um time competitivo… Eu acreditei e abracei a ideia. Tudo aquilo que o Alexandre Mattos me falou, foi colocado em prática. Aceitei esse convite por acreditar no clube. Estruturado, vencedor, e com seu maior patrimônio, que são seus torcedores apaixonados”.
Sobre clubes que defendeu:
“Uma comparação com o que eu vivi na Alemanha, acho que talvez seja a grandeza dos clubes. Eu compararia o Bayern, clube que eu conquistei mais títulos, e o Palmeiras, clube que teve mais importância na minha carreira. Você conquistar dois campeonatos da importância que é ser capitão do tricampeonato da Copa do Brasil e depois ser campeão brasileiro após 22 anos é fácil de entender quando é um jogador de 20 anos. Mas quando você passa a ter 40 anos e consegue essas conquistas acho que fica marcado na tua história. É difícil um jogador com essa idade ter conquistas dessa grandeza. É uma marca que vai ficar guardada para sempre na minha vida e na memória de todos os torcedores do clube”.
O que pretende fazer com mais tempo livre:
“Namorar mais. Como eu estava muito ausente de casa, tirava essa minha possibilidade (risos). Eu ia falar outra coisa, mas tem mulheres aqui na sala”.
Sobre a nova função como assessor técnico:
“Eu aceitei esse projeto novo depois de três anos vitoriosos. Não tenho sombra de dúvida de que vai ser tão vitorioso quanto aquele que tive como atleta profissional. Aceito o convite por acreditar no projeto”.
Mais um pouco sobre a carreira:
“Falei dos clubes, mas quero aproveitar a agradecer aos Pequeninos do Jóquei. Antes de eu chegar aos clubes profissionais, o Pequeninos foi minha escolha, minha base. Teve um homem chamado “seu Guimarães”. Ao mesmo tempo em que foi um discípulo, foi um pai. Cheguei com 9 anos e ele falou que para eu me tornar alguém na vida, teria de estudar e ter disciplina. Por eu ter absorvido toda a palavra que ele falou para mim. Pratiquei tudo isso, mesmo não sabendo se seria alguma coisa ou não”.
Sobre o encerramento da carreira:
“Eu já vinha pensando em parar há mais de cinco anos. No Santos, com 32 para 33 anos, encerrei minha participação pela seleção brasileira. Conversando com minha esposa, falei para ele que queria voltar ao Brasil para encerrar minha carreira. Quando voltei para jogar no Santos, falei para ela que iria jogar dois anos, aos 35 eu paro, estou próximo da minha família, e encerro meu ciclo no futebol. Esses foram os meus planos, mas percebi que eles são diferentes dos planos de Deus. Percebi que a partir dos 30 anos, minha carreira, em vez de ter um declínio, ela teve um avanço, uma coisa que eu nunca tinha visto com nenhum atleta profissional. Normalmente, com 30 anos, você passa a ser um veterano”.
Preleção de despedida, na partida contra o Botafogo:
“Eu queria deixar aos atletas um exemplo de vida, o que eles têm de importante na vida. Alguns têm os títulos, a fama, a parte financeira. Por eu ter tido todas essas coisas sobre minha vida e carreira, podendo viver tudo isso, cheguei à conclusão de que essas coisas são gostosas e prazerosas, mas passageiras. A fama existe hoje, mas depois é esquecida. Falei ali de bens materiais, que hoje você conquista, mas depois vão ficar no museu. Falei a eles o que pude perceber de tudo o que vivi”.