Erros humanos e desumanos: Vasco 1 x 2 Palmeiras
O clássico em São Januário foi ruim como o gramado piorado pela chuva. Tecnicamente limitado pelo Vasco carente de atletas e pelo Palmeiras sem 9 titulares para começar na discutível escolha de Mano. Taticamente pobre pelo time esgarçado e pesado de Luxemburgo e pela equipe paulista que faz campanha melhor que em 2016 e 2018 – mas com futebol mais discutível.
Vasco 1 x 2 Palmeiras mereceu a arbitragem confusa e frágil de mais um árbitro que tem potencial. Mas de um futebol que talvez precise de árbitros portugueses para melhorar o nível de nosso jogo… Como estamos pedindo mais treinadores e jornalistas da terrinha para dar um jeito nesta terra em que se apitando dá problema.
Desde o gol de Lucas Lima, aos 11, aproveitando boa enfiada de Matheus Fernandes (em sua melhor partida), já tinha polêmica: antes da jogada bem construída, uma bola cruzada por Pikachu bateu no braço de Zé Rafael (não era lance pra VAR, nem para falta, pra mim, que não sou a verdade, como você também não é).
O Vasco empatou aos 17 na infelicidade de Mayke, em lance que retrata o nível do jogo na pixotada do lateral paulista. O duelo seria equilibrado até o intervalo, quando Luiz Adriano deu outra qualidade e força ao Palmeiras que foi bem melhor.
Logo de cara teve puxão em Luiz Adriano que até poderia ser pênalti. Ou ao menos a falta não marcada que o VAR poderia intervir se achasse um pênalti mais discutível do que o que Heber Roberto Lopes insistiria no final para o Vasco. Interpretação que Rafael Traci agiu bem ao não seguir a orientação abusiva do VAR. Tanto quanto o possível gestual ofensivo de Castan logo depois que o levou à expulsão também por reclamação desse possível pênalti que eu não marcaria de Thiago Santos – e ainda menos chamaria o árbitro se não fosse o nosso VAR jabuticaba que aparece demais.
A maior reclamação carioca entre tantas foi no gol de Luiz Adriano. Lance que o VAR chancelou a discutível interpretação de campo: para mim, o palmeirense protege a bola antes da chegada de Castan. Não vi obstrução do atacante e nem falta do zagueiro. Gol legal – para mim. Mas discutível – para todos, em qualquer nível.
O que não pode é mais uma vez achar teoria da conspiração para tudo e baixar o nível do debate e da torcida. Das jogadas ensaiadas dos cartolas que reclamam previamente para ou não serem prejudicados e/ou serem beneficiados. Dos lances trabalhados nos bastidores sem barulho. Das pressões que os bananas dos tribunais pouco coíbem dos dirigentes. Da gritaria das mesas de bar e redondas. Dos memes e mimimis das redes sociais.
As arbitragens se atrapalham sozinhas. Atletas, técnicos, cartolas, jornalistas e torcedores não os ajudam.
Os jogos são fracos como as decisões de campo e cabine.
Precisamos nos reciclar.
Todos nós.
Vasco x Palmeiras não foi só isso.
Nosso debate não pode ser apenas esse.
Nossa troca de ideias não pode ser de farpas e facas.
Os erros são humanos. O jornalismo também precisa ser mais humano.