Especial Primeira Academia 1965 – O gol de Gildo: Vasco 1 x 4 Palmeiras
Tupãzinho rola para Servílio no centro do campo. Ethel Rodrigues apitou o começo de Vasco x Palmeiras, no Maracanã. Rio-São Paulo. 7 de março de 1965. Terceira partida do torneio.
Servílio recua para Djalma Santos na lateral direita. Lance exaustivamente treinado por Filpo Núñez. Os jogadores não gostavam. Nunca acontecia nada quando ele lançava o veloz e driblador ponta-direita pernambucano Gildo. Tão bom era que às vezes jogava na esquerda porque não tinha como tirar Julinho Botelho do time. Ou, como então, atuava mesmo no lugar do maior camisa 7 do Palmeiras.
O lançamento de Djalma Santos foi preciso. Gildo deu um toque na bola que tirou o zagueiro Ari do lance. O goleiro Levis saiu da meta afobado. Gildo só tocou e saiu para o abraço quase solitário. Porque ninguém tinha tido tempo de chegar perto dele.
Palmeiras 1 x 0. Para a história levou 7 segundos. Para alguns, ainda menos. Para outros, 9 segundos desde o pontapé inicial.
Para o Palmeiras, não houve gol mais rápido, mais Gildo. Um dos mais rápidos de todos os tempos. Em lance trabalhado e treinado, talvez o mais rápido.
Com menos de 10 segundos começava a se sacramentar o que viria a ser a Academia palmeirense. Também pelo adversário ter ficado atordoado. Levis falhou na sequência e quase saiu o segundo gol paulista.
O Vasco teve boa e rara chance aos 16, quando Lorico desperdiçou na cara de Valdir. Aos 42 o troco. Tupãzinho roubou a bola de Maranhão, tabelou com Servílio, recebeu limpa à frente de Levis e tocou na saída do goleiro.
Times históricos são beneficiados pelos deuses da bola e quase sempre pelas arbitragens. Geraldo Scotto cometeu pênalti não marcado no ponta carioca Luizinho.
O Palmeiras sabia tocar a bola e contragolpear em velocidade. Fez assim o terceiro gol. Tupãzinho chutou de canhota depois de passe de Ademir, a bola bateu em Barbosinha e encobriu o goleiro vascaíno. Historicamente, Tupãzinho sempre deu sorte contra Barbosinhas…
O Palmeiras começou a tocar ainda mais a bola e dar olé. O Vasco se irritou e diminuiu com Célio. Animou-se e só não fez mais gols porque Valdir fechou a meta.
O 3 a 1 já era melhor do que encomenda quando Gildo escapou em grande contragolpe e tocou para Ademar Pantera bater rasteiro. 4 a 1 em pleno Maracanã.
A primeira das muitas goleados da Academia no Rio-São Paulo de 1965. No jogo em que o Palmeiras começou ganhando com menos de 10 segundos. Como pareceu em quase todo o torneio já entrar ganhando e goleando os jogos.
PALMEIRAS 4 X 1 VASCO
Torneio Rio-São Paulo/Turno de Classificação
Domingo, 7/março (tarde)
Maracanã
Juiz: Ethel Rodrigues
Renda: Cr$ 33 762 810
Público: 39 806
PALMEIRAS: Valdir; Djalma Santos, Djalma Dias (Tarciso), Valdemar Carabina (Santo) e Geraldo Scotto; Dudu e Ademir da Guia; Gildo, Servílio (Ademar Pantera), Tupãzinho e Rinaldo
Técnico: Filpo Nunes
Gols: Gildo 7s e Tupãzinho 42 do 1º; Tupãzinho 7, Célio 25 e Ademar Pantera 45 do 2º