Especial BR-72 – o primeiro triunfo: Vitória 0 x 3 Palmeiras

O jogo era na Bahia. Mas o resultado mais importante naquela mesma noite foi no Rio de Janeiro. Sessão no STJD para julgar o centroavante César Maluco. Ele havia sido punido no TJD da FPF com 7 meses de suspensão, acusado de ter agredido com um pontapé o árbitro Renato Braga, em partida contra o XV de Piracicaba, pelo SP-72.

A decisão foi mantida no tribunal da CBD.

César só voltaria a atuar em abril de 1973 pelo Palmeiras (com quem ainda não havia celebrado o novo contrato).

“Não tem problema, não. Em abril eu volto. Mas mesmo eu não jogando, pode anotar aí: vai dar Verdão no Nacional”!

Profético.

Os advogados do Palmeiras não conseguiram reduzir a pena do goleador. Tentaram até usar um videoteipe da agressão para inocentá-lo. Mas a prova de vídeo não foi aceita pelo STJD.

(Outros tempos. Ou os mesmos de sempre).

O Palmeiras já havia voltado segunda-feira do Paraná com a bola murcha depois da derrota para o Coritiba, na estreia do BR-72. A primeira em jogo oficial desde dezembro de 1971!

Não tinha tempo para tempo ruim. Terça-feira teve voo para Salvador. Quinta à noite teve jogo na Fonte Nova contra o Vitória de um ponta-esquerda endiabrado. Genial e genioso que em 1984-85 jogaria muito pelo Palmeiras: Mário Sérgio.

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Dudu seguia fora do time pelas costelas quebradas na decisão do Paulista. César suspenso. Mas Ronaldo pôde estrear no BR-72. Ele tinha sido campeão em 1971 pelo Atlético Mineiro. Seria bi em 1972 pelo Palmeiras. E ele seria tri com o bi alviverde em 1973.

Com a entrada de Ronaldo na ponta-direita recuperado de lesão, Edu foi para o banco. O talismã Fedato seguiu como centroavante.

Mas Edu Bala, desde que chegara da Portuguesa em 1969, não podia ficar de fora da equipe. Veloz, driblador, objetivo e com uma bomba na perna direita, sempre cavava um lugar na equipe. A dribles e gols.

Fedato e Ronaldo justificaram as escolhas de Brandão no primeiro tempo. Na primeira bola, Fedato fez 1 a o Palmeiras, aos 25 segundos. Ele recebeu lançamento longo de Luís Pereira, matou no peito, e encobriu o adiantado goleiro Aguinaldo.

Aos 39, depois de pressão inócua do Vitória, Ronaldo aproveitou falha do zagueiro Valter e ampliou.

O time baiano criaria alguma coisa com o ótimo ponta Osni. Mas, aos 35, Luís Pereira avançou, passou por dois rivais e serviu Leivinha, que encontrou Edu para bater firme. 3 a 0.

Mais recuado, na função de Dudu, Ademir da Guia foi o maestro do triunfo.

VITÓRIA 0 x 3 PALMEIRAS
Campeonato Brasileiro/Primeira Fase
Quinta-feira, 14/setembro (noite)
Fonte Nova
Salvador (BA)
Juiz: Arnaldo César Coelho (RJ)
Renda: Cr$ 158 563
Público: 21 371
PALMEIRAS: Leão; Eurico, Luís Pereira, Alfredo e Zeca; Ademir da Guia e Madurga; Ronaldo (Edu), Leivinha, Fedato e Nei (Pio)
Técnico: Oswaldo Brandão
Gols: Fedato 1 e Ronaldo 39 do 1º; Edu 35 do 2º.