Especial BR-72 – Primeira vitória em casa: Palmeiras 3 x 0 Santa Cruz

“Uma ausência sentida”. Era a manchete da FOLHA DE S.PAULO a respeito da fase instável do Palmeiras depois de uma vitória, dois empates e a primeira derrota em jogo oficial em 1972! O motivo era o sabido: Dudu fraturara duas costelas na final do SP-72. Sem ele, Brandão optara por recuar Ademir da Guia para proteger a
área como Dudu e avançar Madurga para armar pelo Divino. Ademir até sabia fechar espaços. Mas não tinha mais como organizar o jogo mais atrás. Madurga não estava tão bem técnica e fisicamente.

Fedato lesionou o tornozelo direito durante o 2 a 2 com o Botafogo. Com César suspenso por 7 meses, Brandão enfim pediu reforços à diretoria. O jovem Bio não parecia pronto para ser o centroavante. Brandão não cogitava retornar com Edu à ponta, deixando
Ronaldo como o comandante do ataque. Domingos Ianacone, o Minguinho, diretor de futebol que ameaçara deixar o cargo por causa do valor da renovação de contrato de César (o presidente achava muito caro o acerto), queria trazer do Guarani os jovens e promissores Clayton (centroavante) e Flamarion (volante).

Brandão testou nova formação na equipe também pela ausência de Fedato. Adiantou Leivinha para ser o centroavante na função de 9, mas com mais movimentação do que Fedato ou mesmo o suspenso César.

Madurga também foi adiantado no 4-3-3 que chegava a ser um 4-2-4. Ele passou a atuar mais próximo do ataque, na função de Leivinha. Ademir da Guia também foi adiantado para reger a equipe, na dele, mais à esquerda. No lugar de Dudu, Zé Carlos entrou como volante que era. E foi muito bem nos 3 a 0 contra o Santa Cruz dos futuros palmeirenses Erb (chegou em 1975) e Amilton Rocha (em 1978, mas que não jogou naquela noite de sábado, substituído por Jair Pereira, que seria treinador do Verdão em 1990).

O jogo estava equilibrado quando Givanildo recuou mal, o goleiro Detinho se atrapalhou, e Leivinha foi oportunista para fazer 1 a 0, aos 33.

Na segunda etapa, aos 30, Zeca bateu escanteio na esquerda para Leivinha no segundo pau tocar de cabeça para Ronaldo ampliar.

(Leivinha tocando de cabeça para gol de Ronaldo… Veríamos isso na final do SP-74).

Aos 35, coroando a melhor atuação no BR-72 até então, Madurga evitou a saída de bola no fundo, recuou para Eurico colocar na cabeça de Leivinha, que em outra testada monstra tirou de Detinho e fechou o placar em 3 a 0.

Desta vez não houve vaias. Mas menos de 5 mil pessoas no Palestra. Ainda que num sábado à noite, era muito pouco. Sobretudo para um elenco que antes da partida recebeu as faixas de campeão paulista de 1972 no início daquele setembro. Cerimônia que só foi realizada quase no final do mês por ser a primeira partida no nosso Palestra.

https://youtu.be/Sz97wSoWwuc

PALMEIRAS 3 X 0 SANTA CRUZ
Campeonato Brasileiro/Primeira Fase
Sábado, 23/setembro (20h45)
Palestra Italia
Juiz: Luís Carlos Félix (RJ)
Renda: Cr$ 47 341
Público: 4.826
PALMEIRAS: Raul Marcel; Eurico, Luís Pereira, Alfredo e Zeca; Zé Carlos e Ademir da Guia; Ronaldo, Madurga, Leivinha e Nei (Pio)
Técnico: Oswaldo Brandão
Gols: Leivinha 33 do 1º; Ronaldo 30 e Leivinha 35 do 2º