Especial Libertadores-99: Felipão avisava que deixaria o clube quando acabasse o torneio, em 24/02/1999
Felipão não quis nem saber. Mesmo na semana da estreia na Libertadores contra o Corinthians, ele abriu o verbo. Deixaria o clube ao final do contrato, em maio de 1999. Se o Palmeiras chegasse à fase final da competição, ele estenderia o vínculo por mais um mês. Mas deixaria o Palestra depois de três anos.
Era o que ele pensava sempre: no máximo três anos em um clube. Depois, troca de ares. Quem sabe até mesmo uma Seleção para a Copa de 2002. Mas que não fosse a do Brasil. Ele achava que não teria “paciência” para dirigi-la…
⁃ Não tenho problema com a diretoria do clube. Mas pretendo assumir outros compromissos profissionais. E já aviso agora para ninguém falar que eu sairei por causa um eventual fracasso na Libertadores.
O presidente Mustafá Contursi ficou uma arara com o pronunciamento do treinador. Achou que não era o momento para falar. E também não era o de trocar o treinador – como acabara de fazer o Corinthians, que estrearia no Derby o veterano Evaristo de Macedo.
O diretor de futebol Sebastião Lapolla disse que o Palmeiras iria “esperar o fim do contrato de Felipão para tomar uma decisão”.
Já o diretor da cogestora Parmalat disse que, por ele, Felipão só sairia quando terminasse a parceria, prevista para encerrar em 2001.
Reações esperadas: Felipão só continuava no Palmeiras pelo apoio da Parmalat. Se fosse por Mustafá, ele não teria durado um ano no clube.
O treinador e o presidente brigavam por quase tudo. Mustafá não queria molhar o gramado antes dos jogos como pretendia o técnico. Não gostava do time treinando no Palestra por causa dos palavrões que incomodavam os sócios que caminhavam na arquibancada. E também exigira que na final da Mercosul de 1998 o Palmeiras jogasse de verde e não de branco como pedira Felipão.
A demora para a renovação de contrato com Velloso e Rogério foi outro problema. Felipão conseguiu desfazer a contratação do goleiro Adinam, do União de Araras. Mas não a do lateral Leo. Ele acabara de ser apresentado no Palmeiras. Mas nunca jogaria pelo clube. Muito por birra de Felipão, que acabou, no caso, perdendo um ótimo lateral para o Santos.
O Corinthians estrearia treinador no clássico. O Palmeiras sabia que Felipão não seguiria no clube…