Especial Primeira Academia 1965 – Recreio dos Bandeirantes: Palmeiras 3 x 2 Vasco

Mais uma grande vitória. E de novo no Rio de Janeiro. Quatro jogos, quatro clássicos, quatro vitórias, com 14 gols marcados. Até à imprensa carioca brincava com o apelido que a paulista criava para aquele Palmeiras no Maracanã: Recreio dos Bandeirantes. Ou dos periquitos.

Mas não era (como é desde 1914) um grande relacionamento com os jornalistas. Então, a querela se deu com os repórteres que foram ao Maracanã. Eles se irritaram com o "atraso"
de "15 minutos" (?!) para a abertura dos vestiários paulistas no Maracanã. Numa época em que os repórteres às vezes entrevistavam os jogadores durante o banho deles.

Em campo, mais uma partida muito difícil. Por mérito do rival. E por mais erros defensivos palmeirenses. Filpo repetia o time menos técnico mais mais dinâmico e forte, com o artilheiro Pantera na frente, Tupãzinho rodando mais o campo e vindo mais de trás.

Segundo jogo no returno. Vasco. O mesmo que havia perdido por 4 a 1 no turno. Levando gol de Gildo com menos de 10 segundos. Desta vez quase que a revanche veio na mesma moeda e tempo. Mas Luisinho perdeu gol feito. Nelson Rodrigues, em O GLOBO, disse que ele teria feito o gol "com um suspiro".

Todo grande time precisa se sorte. A Academia também tinha. O Vasco ainda assim abriu o placar. Merecidamente. Mário recebeu de Célio e mandou uma bomba, aos 17 minutos. Mas o Palmeiras do Divino sabia administrar os tempos. Em lançamento de Ademar Pantera, Tupãzinho empatou aos 34, em lance em que trombou com o goleiro Gainete. Ele não conseguiria voltar e acabou substituído por Ita.

O Palmeiras voltou melhor e virou aos 18. Rinaldo cruzou, o futuro tricampeão Brito só ficou olhando e Pantera cabeceou à frente do estático Ita. No minuto seguinte o empate: em belo lance individual, Mário empatou

Aos 22, a forte jogada aérea palmeirense funcionou. Djalma Santos levantou na área e Pantera fez mais um de cabeça.

Lorico mandaria uma bola na trave de Valdir. O Vasco pressionou até o fim. Mas Valdir segurou tudo em atuação irregular da zaga palmeirense. Até Djalma Santos sofreu. Tarciso (substituto de Carabina) não jogou bem. Ferrari foi melhor do que Scotto – no apoio.

Ademir foi mais uma vez o melhor em campo. Ainda mais na segunda etapa, quando jogou mais à frente.

PALMEIRAS 3 X 2 VASCO
Torneio Rio-São Paulo/Turno Final
domingo, 2/maio (tarde)
Maracanã
Juiz: Albino Zanferrari
Renda: Cr$ 35 512 210
Público: não disponível
PALMEIRAS: Valdir; Djalma Santos, Djalma Dias, Tarciso e Geraldo Scotto (Ferrari); Dudu e Ademir da Guia; Gildo, Tupãzinho, Ademar Pantera, e Rinaldo.
Técnico: Filpo Núñes
Gols: Mário 17 e Tupãzinho 35 do 1º; Ademar Pantera 18, Mário 19 e Tupãzinho 22 do 2º
Expulsões: Tupãzinho e Maranhão 43 do 1º