Especial Robertão-69: a melhor partida, Palmeiras 1 x 0 Corinthians

O Palmeiras entrou em campo para o Derby no Pacaembu em quinto lugar no Robertão-69. O Corinthians já estava classificado para o quadrangular final, era o melhor time da primeira fase, vinha jogando muito bem, e era o favorito. Mas perdeu o clássico para o melhor Palmeiras então no torneio, que pulou do quinto lugar no grupo para o segundo, e pela primeira vez engatava três vitórias seguidas e chegava enfim à zona de classificação para a fase final.

Rubens Minelli estava preocupado com a condição física dos titulares. Edu Bala estava muito cansado. O gramado pesado e cheio de areia na vitória contra o Vasco pediu a conta. César voltou ao comando de ataque. Pio estava mantido na esquerda. Com a bola, abria como ponta. Sem ela, fechava o meio e liberava Ademir pra chegar em César e Edu.

O Palmeiras marcou bem e jogou melhor o primeiro tempo. Rivellino teve partida muito discreta. Também porque bem marcado por Dudu e cercado por Jaime, sempre muito eficiente e taticamente importante.

Na segunda etapa, até pela necessidade na tabela, o Verdão foi mais à frente e abriu o placar aos 6. Eurico cruzou da direita e Ademir da Guia, entre os zagueiros Ditão e Luís Carlos, cabeceou no canto direito de Ado.

Então o Palmeiras tirou o pé do acelerador, até pela questão física. Minelli isolou César à frente, e administrou a vantagem na cadência do Divino. Mais uma vez o craque do jogo.

Nas tribunas de imprensa, ao lado do treinador brasileiro campeão mundial em 1958 (Vicente Feola), o técnico do Brasil: João Saldanha conversou muito com os jornalistas e também com torcedores na saída do jogo.

Outros tempos…

Saldanha elogiou Dudu na marcação a Rivellino. Destacou a dinâmica de Jaime e Ademir, e a ajuda de Pio fechando o meio, quase fazendo um 4-4-2 no lugar do 4-3-3. O técnico elogiou muito os jovens goleiros Ado e Leão (que viriam a ser reservas de Félix no tri em 1970). Falou que o Palmeiras foi mais inteligente e raçudo no campo pesado e mereceu ganhar o jogo. Partida que, segundo ele, na Europa não teria acontecido, “porque lá eles respeitam os atletas e o espetáculo que estava impraticável”.

O treinador ainda conversou com torcedores. Os palmeirenses pediam Leão, Baldochi e Ademir da Guia convocados. “Tem muita gente boa no Brasil. Dá pra fazer vários times pra Copa”, respondeu o técnico. Leão e Baldochi seriam campeões do mundo no México no ano seguinte com Zagallo. Ademir não foi cogitado. Ele mesmo admite que, em 1970, não estava tão bem. “Mas o Dirceu Lopes do Cruzeiro merecia…”.

Giménez López, o boquirroto diretor palmeirense, não perdoaria no dia seguinte as declarações do treinador da CBD: “pro Saldanha, Leão, Baldochi e Ademir não são de seleção… É brincadeira!”

Com a ótima vitória e atuação, o Palmeiras estava mesmo no páreo. O problema é que cinco times ainda estavam lutando por duas vagas. Botafogo e Palmeiras eram líderes com a mesma pontuação, e mesmo número de gols marcados e sofridos. Fluminense, Atlético Mineiro e Coritiba vinham logo atrás. O Grêmio tinha chances remotas.

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PALMEIRAS 1 X 0 CORINTHIANS
Torneio Roberto Gomes Pedrosa – 1ª fase
Sábado, 15/novembro (tarde)
Pacaembu
Juiz: Oscar Scolfaro (SP)
Renda: NCr$ 157 911
Público: 27 763
PALMEIRAS: Leão; Eurico, Baldochi, Nelson e Zeca; Dudu, Jaime e Ademir da Guia; Edu (Copeu), César e Pio
Técnico: Rubens Minelli
Gol: Ademir da Guia 6 do 2º