EXCLUSIVO: Primeira treinadora de Endrick revela detalhes do início da carreira da joia alviverde

Marília Rocha concedeu relato exclusivo ao NOSSO PALESTRA e contou do destaque da Cria da Academia desde os quatro anos

A primeira treinadora de Endrick, Marília Rocha, concedeu entrevista exclusiva ao NOSSO PALESTRA e contou detalhes do início da carreia do jogador. Com apenas quatro anos, a joia palmeirense conheceu Marília em uma escolinha de futebol em Valparaíso-GO. O garoto destacou-se de imediato e chamou a atenção da treinadora.

– Conheci o Endrick com quatro anos, na escolinha Gol de Letra e eu trabalhava com crianças acima de seis anos. O pai do Endrick levou ele lá e pediu para que ele treinasse. Eu expliquei que teria que ser um treino específico, pela idade. Mas ele entrou e correu o campo inteiro, não parava. Tinha uma coordenação motora muito acima. Geralmente uma criança de quatro anos entra pra brincar, mas o Endrick entrou para treinar. Nunca conheci outra criança assim – afirma Marília.

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Hoje em capas de jornais internacionais, Endrick vem de origem humilde tal qual a maioria dos jogadores do futebol brasileiro. De acordo com sua primeira treinadora, não fosse o apoio da família e de pessoas honestas ao seu redor no começo da trajetória, provavelmente, ele não teria chegado tão longe aos 15 anos.

– Falei ao pai dele que podia deixa o Endrick por minha conta. A família era muito humilde, então nem cobrei mensalidade. Peguei um uniforme da escolinha para ele e assim aconteceu. Depois ajudei com chuteira, meião, outras roupas. Tive vários meninos que se perderam por falta de oportunidade. No futebol não basta ser bom, ele tem que ter um acompanhamento por trás. Então eu me dispus a ajudar. Tem todo um trabalho por trás do Endrick, os pais sempre foram muito presentes. Há um suporte de pessoas honestas.

Endrick ao lado de Marília Rocha (Foto: Arquivo Pessoal)

O sucesso da Cria da Academia não é por acaso. Dedicado desde muito cedo, Endrick percebeu ainda novo que o talento e esforço no esporte poderiam ser determinantes para mudar sua vida e, por isso, dava seu melhor em cada sessão de treino na infância.

– A criança geralmente não gosta dos treinos de fundamento, eles querem jogar. Mas o Endrick fazia todos esses treinos. Chute, condução, drible, tudo certinho. Levava muito a sério e não tinha preguiça de nada. Ele não viu futebol como recreação, ele viu como algo para mudar sua vida. Com o passar do tempo, ele percebeu que aquilo poderia transformar a realidade da família dele – conta Marília.

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A joia alviverde impressiona, não apenas pela qualidade com a bola, mas também pela personalidade dentro de campo. Artilheiro do Palmeiras na Copinha, Endrick levou três prêmios individuais na competição – craque da galera, craque do campeonato e autor do gol mais bonito – além de ter sido decisivo ao abrir o placar da final, contra o Santos.

Esse aspecto no caráter de Endrick também está presente desde seus primeiros passos como jogador. Marília Rocha revela que, quando pequeno, o atacante já era determinado a participar de todas as jogadas decisivas e não se acuava com a pressão da torcida nas arquibancadas.

– Muitas vezes quando se é novo e vê a torcida, você fica assustado. O Endrick, não. O povo gritava e ele entrava como se nada tivesse acontecendo. A personalidade dele é especial. Ele queria bater todas as faltas, pênaltis e até escanteios. E queria a camisa 10. Se eu não desse a camisa 10 para ele… Imagina uma criança com seis anos fazer um gol olímpico? Eu falava para o Endrick mandar na área, mas ele chutava direto no gol. E era gol! Olhava para mim e falava: “Tá vendo?”. Tudo que vocês estão vendo do Endrick é assim desde que ele era pequeno.

Apesar de estar no radar de grandes clubes europeus, Endrick não deve deixar o Alviverde tão cedo. Para a treinadora, ele é muito novo e terá tempo de construir uma trajetória vitoriosa no time antes de brilhar mundo afora.

– Pelo que sei, o Endrick tem o sonho de construir uma carreira muito bonita no Palmeiras. Ele tem o sonho de jogar na Europa, mas ainda está muito cedo, ele tem apenas 15 anos. Não dá para ficar pulando as etapas, apesar de já fazer isso. Pela personalidade que tem, vai tirar de letra quando subi para o profissional. A minha expectativa é que ele jogue aqui e lá fora e, quem sabe, ganhe o troféu de melhor do mundo.

Confira a entrevista com Marília Rocha na íntegra.

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