Família de herói do Palmeiras em 1951 visita Allianz Parque e se declara: ‘Amor de gerações’
Filho, neto e bisneta de Liminha, autor do gol que deu título do Mundial ao Verdão, foram ao estádio pela primeira vez
Segundo o dicionário, orgulho é um sentimento de satisfação com o próprio valor, um prazer com a honra. E é exatamente isso que Oswaldo, Alexandre e Luiza, filho, neto e bisneta de Liminha, ex-atacante do Palmeiras, sentiram ao visitar o Allianz Parque pela primeira vez: orgulho de um legado que carregam no sangue há quatro gerações.
Palmeirenses de nascença, é a primeira vez que a família do herói do Verdão no Mundial de 1951 faz o tour do estádio, que carrega um sentimento muito especial para os três que compartilham o amor a cada geração.
– Para mim, particularmente, foi uma sensação maravilhosa. Depois de tantos anos da conquista do Mundial de 1951 eu pude rever essas fotos do meu pai. Foi contagiante e muito feliz em ter visto isso – afirmou Oswaldo, filho do ex-jogador.
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O passeio começou nas instalações que os torcedores têm acesso, como corredores e arquibancadas. A cada parada, uma explicação para Luiza, que, aos cinco anos, já entende muito do que é o sentimento de amar um clube.
– A história do Palmeiras vem de família, ela hoje muito palmeirense e a gente deixa numa naturalidade, mas não tem como, o destino está pronto. Moramos próximo à Academia de Futebol, então ela acompanha a saída do ônibus, temos contato com alguns jogadores próximos a nós. Ela sempre presencia e vive tudo isso – disse Alexandre sobre Luiza, sua filha.
Tudo ficou melhor quando chegaram ao vestiário e viram todos os registros de Liminha nas paredes. A cada imagem encontrada, Luiza tirava uma foto para registrar aquele encontro que, mesmo que não no campo da vida, ficará eternizado na memória do pai e avô.
– Estamos aqui com três gerações, podendo compartilhar de tudo isso. Estamos levando a história do Palmeiras para dentro de casa, para poder amadurecer e crescer tudo isso, principalmente nas crianças. Eu não o conheci, mas minha mãe trouxe toda essa história. Nós passamos isso nas gerações, e eu passo muito isso para ela – completou Alexandre.
O reencontro foi especial também para Oswaldo, que perdeu o pai há 39 anos e reviveu tudo aquilo que escutou ao longo da vida. Com orgulho, ele traz um pouco da memória de Liminha, que, apesar de simples, nunca escondeu a importância do gol contra a Juventus em 1951.
– Desde garoto eu ouço a história do Mundial de 1951, dizem que foi muito difícil e bonito. Levar 101 mil pessoas no Maracanã não é fácil, minha mãe estava lá e fala que não teve uma alegria tão grande na vida como aquela, com tantos brasileiros gritando o nome do Palmeiras – disse o senhor.
– Foi o principal gol da carreira dele, mas ele era muito simples. Pouco falava do futebol dele, mais falava dos outros, como de Jair da Rosa Pinto, que ele sempre falava do chute. Meu pai comentava muito dos outros jogadores, mas sobre esse gol ele tinha uma alegria muito grande em ter feito, em ter trazido a felicidade para o povo brasileiro, não só palmeirense – completou.
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Veja fotos da família durante Tour no Allianz Parque
E, para aqueles que tentam desmerecer a conquista da Copa Rio de 51, a família já está preparada. Fotos, documentos e histórias: tudo é argumento quando surgem as piadas.
– A tiração de sarro na escola sempre foi essa, mas meu pai sempre me deu muitos documentos para mostrar para os amigos. As provas de que o Palmeiras realmente é campeão Mundial. A gente leva isso, e quando mostra em papéis, documentos, as pessoas sentem a emoção daqueles que contam sobre a conquista – afirmou Alexandre.
No próximo ano, o Verdão volta a disputar um Mundial com formato similar ao que foi campeão. A tarefa é difícil, quase impossível, mas com a inspiração certa em heróis que seguem tendo sua fibra ostentada até hoje, a torcida segue de alma e coração, com o mais puro sentimento do que é ser palmeirense.
– É difícil, mas muito importante. Vamos torcer muito. O Palmeiras está se preparando muito bem, graças ao Abel, ele está colocando isso na cabeça dos jogadores, mas vamos torcer bastante para que seja bicampeão mundial – concluiu Oswaldo.
Assim terminou um dia memorável para três gerações que carregam o Verdão não só no coração, mas, principalmente, no sangue. Um momento de orgulho até para aquela que ainda não entende exatamente o que está vivendo, mas já sente na pele – e na família – o que é ser Palmeiras.