Família que canta e vibra
O mais velho da foto é meu primo mais novo. O pai dele é irmão do meu pai e a mãe dele é irmã da minha mãe. Os pais dele são meus padrinhos e eu sou padrinho dele. Ele é padrinho do meu filho mais velho. O meu caçula é o molecão maior da foto que está com os dois filhos mais velhos do meu irmão-primo celebrando o primeiro gol do Palmeiras x Santos no Allianz Parque.
Assim são os jogos de família. Qualquer uma. Mas a palmeirense tem algumas coisas mais confusas e mais íntimas que a minha. Ou tanto quanto essa que estava no estádio e também na cabine, onde comentei pela Jovem Pan. Também tinha meu velho na sala de imprensa que tem o nome do meu pai. E os outros Zionis e Betings e Sefrins que não estiveram no Allianz Parque mas viram pela TV, ouviram pelo rádio, e sentiram a mesma emoção do primeiro gol da foto, soaram a mesma corneta no Borja antes do gol dele, e abraçaram os seus (os nossos) como se fôssemos o que somos: uma família que Felipe Melo, que Edmundo, que Scolari, que Ademir, que Marcos, que Evair, que qualquer outra que briga, discute, discorda, corneta, berra, canta e vibra.
Mas que na hora do vamos vencer, são todos pelo Palestra e o Palmeiras por todos. No altar da nossa comunhão onde mais nos desentendemos como gente. É na hora dessa foto que não precisa falar: xis! Basta Palmeiras.