Fechado e abrindo com Felipão
Eu não teria escalado tantas vezes Deyverson e Lucas Lima como titulares. Eu teria escalado (algumas) vezes mais Arthur Cabral na frente. Muito mais Scarpa, apesar da fase instável dele e de quase todos.
Eu teria treinado o time para trabalhar melhor a bola. Faria menos ligações com o centroavante. Usaria mais vezes Willian ali na frente na função que Goulart poderia ter sido mais escalado. Tentaria ser mais vertical sem ser tão direto. Aproximaria mais os setores com a bola. Daria mais liberdade a Dudu, além de exigir mais dele que pode dar mais do que todos.
Mas eu não sei fazer isso na prática. E nem na prancheta. Como não teria a menor ideia de como administrar o vestiário.
Eu falaria mais com a imprensa, logo, com o torcedor. Não seria tão irônico, mesmo sendo mordaz. Tentaria mostrar mais vezes a insatisfação com o desempenho e, agora, com os resultados. E a inconformidade com algumas manifestações exacerbadas de torcedores pelo momento da equipe e pelas conquistas recentes.
Não daria porrada na turma da marreta. Mas responderia buzinando contra cornetas usuais e as encomendadas.
Eu faria algumas coisas diferentes. Porque somos diferentes. Inclusive nas funções. Eu comento, Felipão treina. E ele faz o trabalho dele muito melhor do que eu. É muito mais vitorioso na profissão.
Claro que ele também erra. Ou as coisas dão errado. Mas a margem de acerto dele é muito maior. Na dúvida, fecho com o que ele faz. Tem carta verde no clube.
Só não precisa estar tão bravo com tudo e com todos. Tenha ou não razão. Ele também é merecidamente muito bem pago para administrar tudo isso.