Felipão, 2 a 0, o que funciona e o que não funciona no futebol
Foto: César Greco/ Ag. Palmeiras/ Divulgação
Depois da vitória do Palmeiras por 2 a 0 sobre o Colo Colo, muitos adjetivaram Felipão de gênio, enquanto outros creditaram ao técnico uma sorte sem tamanho. As substituições que fizeram o time deixar o 4-2-3-1 para assumir o 5-4-1 deram resultado. Os três zagueiros e a troca de Borja por Jean foram tacadas conservadoras e funcionaram. E é sobre isso que quero falar.
Antes de fazer alguns cursos relacionados a futebol, eu costumava dizer que certas coisas não podem ser feitas no futebol. Considerava erro uma equipe deixar de atacar quando abria o placar, assim como criticava atuações que não empolgavam com lances bonitos. Porém, no futebol não existe o certo e o errado. Existe o que funciona e o que não funciona. Felipão e sua comissão técnica entenderam como suas peças funcionam e, por isso, tem atingido os objetivos em grande parte dos jogos.
Se a cabeçada de Barrios entrasse e o placar terminasse 1 a 1, as críticas poderiam aparecer? Sim, poderiam. Não é opinião meramente em cima de resultado, mas é olhar para o que foi feito durante o jogo e o reflexo daquela atitude na partida. As alterações deram resultado, assim como recuar, esperar e contragolpear deu certo. A estratégia adotada funcionou.
Muricy já foi criticado por treinar um time que era forte demais na bola aérea, mas ganhou campeonatos assim no São Paulo. A força do ótimo trabalho de Cuca em 2016 foi debatida por conta de laterais na área e seus zagueiros altos fazendo gols ou atrapalhando a defesa adversária, mas ganhou o Brasileirão assim no Palmeiras. Tite e Carille foram criticados por suas muitas vitórias magras pelo placar de 1 a 0 sobre adversários, recuando durante o jogo, mas conquistando torneios. Hoje há quem critique Felipão e há quem o elogie, mas pouco importa para ele o que se pensa sobre seu estilo. Para ele, como para outros técnicos vencedores, o que importa é que seu time funcione.