Palmeiras encerra 2018 com a promessa de um 2019 diferente dos últimos quatro anos
Foto: Cesar Greco/Ag.Palmeiras
De 2015 até agora, foram quatro anos de reestruturação financeira e do futebol. Embora tenho conquistado uma Copa do Brasil e duas taças do Brasileirão nesse período, um dos mais importantes pontos de planejamento na janela entre um ano e outro nunca aconteceu como esperado: a afirmação de uma comissão técnica com sequência de trabalho. E isso vai acontecer nessa janela.
Luiz Felipe Scolari fez um trabalho digno de aplausos com toda a estrutura que o Palmeiras lhe ofereceu. Recebeu um elenco no meio do ano, sem tempo para treinar, cuja aposta já era nas copas, tendo em vista que era difícil alcançar regularidade suficiente para buscar um campeonato de pontos corridos. Ficou entre os quatro melhores da Libertadores e da Copa do Brasil, além de levantar o caneco do Brasileirão com uma rodada de antecedência. Agora, com a confiança da torcida, do grupo bem estruturado e da diretoria reeleita, essa comissão técnica já mira 2019, fato que não ocorreu nos últimos anos.
Em 2015, Marcelo Oliveira encerrou o ano com a taça da Copa do Brasil e um criticado nono lugar no Brasileirão. Muito se falava em uma demissão do treinador uma semana depois da final da Copa do Brasil, independente do resultado. Isso não aconteceu e o treinador que realizou todo o planejamento e pré-temporada do clube foi demitido no começo de março de 2016.
Em 2016, Cuca encerrou o jejum de 22 anos do Palmeiras sem a conquista de um Campeonato Brasileiro, deixando a Libertadores ainda na 1ª fase e a Copa do Brasil nas quartas de final. Enquanto o torcedor vivia um momento de alegria completa com a conquista, encarava o medo da saída do treinador, que não garantia a presença no ano seguinte por conta de problemas particulares. E foi o que aconteceu.
Em 2017, a aposta foi em Eduardo Baptista, que era considerado um dos mais promissores técnicos da nova e estudiosa geração, aplicando sistemas, se baseando em modelos europeus e mostrando muito conhecimento teórico. Porém, a ruptura foi gigante no estilo de jogo e de comando. A diretoria entendeu que não deu certo e acertou a volta de Cuca já em maio, que não conseguiu realizar o mesmo trabalho do ano anterior, saindo no fim da temporada para que Alberto Valentim assumisse, mas deixasse o cargo ao fim de 2017.
Em 2018, nova ruptura e chegada de Roger Machado, mais um da nova geração, para a direção da equipe. Técnico com estilo de comando muito parecido com o de Eduardo Baptista, demonstrando grande conhecimento teórico e domínio das teorias de campo e bola. Em julho, deixou o clube e Luiz Felipe Scolari assumiu o comando para fazer campanha irrepreensível no Brasileirão e levar a equipe a duas semifinais de copas.
Em 2019, o que você não leu nesse texto até agora tende a acontecer: Felipão iniciará o ano sem qualquer desconfiança depois de um grande trabalho na temporada anterior. O Palmeiras terá um treinador com moral, experiência e tranquilidade por conta do título conquistado para dar sequência a um trabalho na janela de virada entre um ano e outro. E isso pode fazer total diferença nos resultados do elenco na temporada que vem aí.