Fim da tempestade. O sol nascerá
Cartola foi um dos maiores gênios da música brasileira. A nova geração, que só conhece outro tipo de Cartola, deveria buscar conhecer mais sobre a obra de Angenor de Oliveira, sambista carioca que deixou um legado infinito para nós, brasileiros. As músicas do álbum 1974, de Cartola, ano em que o Palmeiras deixou o seu maior rival na fila, casam perfeitamente com a melancólica temporada do palmeirense.
“Preste atenção, o mundo é um moinho. Vai triturar teus sonhos, tão mesquinhos. Vai reduzir as ilusões a pó”, e assim começava o ano do Palmeiras. Uma temporada que tinha tudo para dar certo. Iludidos, empolgados, os torcedores viram os sonhos de título virarem poeira, triste fim para o atual campeão do Brasil.
Tive, sim, um grande amor chamado Cuca, que voltou para refazer todo mal planejamento que ele mesmo havia começado, ao ter pedido para sair no final de 2016. Vou parar por aqui, pois não pretendo amor, te magoar. Os resquícios de 2016 ainda estão vivos na mente do palmeirense, mas se eu ainda pudesse fingir que te amo, aaaah se eu pudesse…
Cuca se foi, assim como Eduardo Baptista. Sobrou para Alberto Valentim a granada sem pino. ‘Alegria era o que faltava em mim, uma esperança vaga que eu já encontrei’. O super-homem Valentim ajustou o time e fez a torcida até sonhar com um possível título brasileiro. A alegria e a confiança reapareceram. Porém, no final de tudo nosso pranto mais uma vez molhou o deserto. O torcedor pela quarta vez no ano teve que disfarçar e chorar nas alamedas da Pompéia.
Na tarde de ontem, o Palmeiras, que não vencia no seu estádio desde agosto, recebeu o adversário perfeito para enfim espantar um pouco da depressão que reinava pelo clube. Quem me viu sorrindo, até pensou que eu sou alegre, após Deyverson, criticado horas antes pela maior organizada do clube, decidir a vitória com dois gols diante do Flamengo. Cartola, que era Fluminense, deve ter sorrido lá de cima.
“Aaaaaaah corra e olha o céu, que o sol vem trazer, bom dia!”, e assim o Palmeiras segue rumo à Libertadores de 2018. A fase ruim passa, sempre passa. Os títulos uma hora voltam. Com planejamento, investimento e paciência com certeza voltam.
Sorria, Palmeirense. A razão da sua existência é o Palmeiras, e isso basta. Mais amor e menos terror. 2018 tá aí. Quinta-feira tem mais vida, mais Palmeiras. Viva Cartola, Viva o maior campeão do Brasil.
Finda a tempestade
O sol nascerá
Finda esta saudade
Hei de ter outro alguém para amar
A sorrir
Eu pretendo levar a vida
Pois chorando
Eu vi a mocidade
Perdida