Fora da Libertadores, Palmeiras precisa focar no Brasileirão e no recente problema de seu sistema defensivo

Foto: Cesar Greco/Ag. Palmeiras

Nos primeiros 21 jogos sob o comando de Luiz Felipe Scolari, o Palmeiras levou 6 gols. Depois disso, foram mais quatro jogos e o mesmo número de gols sofridos. Apenas para o Boca Juniors, na Copa Libertadores da América, foram quatro tentos. Os outros dois aconteceram contra Ceará e Flamengo. A média caiu bruscamente.

Na zona mista, questionei Deyverson sobre quais são os erros que o Palmeiras precisa estar atento para não cair de rendimento no Brasileirão, onde agora aposta todas as suas fichas. De acordo com o centroavante, é preciso estar mais concentrado para não cometer pequenos erros que geraram os prejuízos. Observando o recorte dos últimos seis gols, uma característica chama a atenção em quatro deles. Outra, em dois.

A) JOGADAS LATERAIS PREOCUPAM? – Sim. Quatro desses seis gols sofridos nos últimas partidas começaram pelos lados.

1 – O único de bola parada: Boca Juniors abre o placar na Bombonera em falha do sistema defensivo alviverde, já que Benedetto consegue se livrar da marcação individual de Bruno Henrique e cabeceia para as redes. Esse foi o gol marcado com bola aérea em escanteio, porém outros três gols aconteceram com jogadas pelas laterais com bola no chão.

2 – Diante do Ceará, o Palmeiras sofre o gol de Artur Cabral em jogada que acontece pela esquerda da defesa alviverde. O cruzamento rasteiro acontece mesmo com o assistente tendo a marcação de Bruno Henrique e Edu Dracena, sendo que o centroavante cearense finaliza depois de Antônio Carlos não conseguir fazer o corte.

3 – Contra o Flamengo, o lançamento acontece pela direita da defesa, nas costas do zagueiro improvisado na lateral Gustavo Gómez, mas Marlos Moreno finaliza só depois de conseguir driblar Antônio Carlos e estar frente a frente com Weverton.

4 – No Allianz Parque, o Boca Juniors abre o placar depois de Villa receber passe nas costas de Diogo Barbosa e cruzar para Ábila completar para o gol ao vencer Luan na disputa individual pelo espaço. Gustavo Gómez estava fazendo a cobertura do lateral esquerdo alviverde que ficou pelo caminho.

B) LIBERDADE NO MEIO-CAMPO PREOCUPA? – Ao que parece, apenas se Benedetto estiver em campo. O atacante xeneize foi responsável por dois chutaços de fora da área que balançaram as redes do Palmeiras na semifinal da Libertadores. Na Bombonera, Benedetto tira Luan da jogada e cria espaço para o chute com drible de corpo, enquanto no Allianz Parque quem erra o tempo da bola para o bote é Felipe Melo, permitindo mais uma finalização firme, forte e bem-sucedida do atacante.

CONCLUSÃO:

Os números mostram que a média de gols sofridos pelo time de Luiz Felipe Scolari aumentou nos últimos jogos. A preocupação da comissão técnica a partir de agora certamente estará na diminuição desses equívocos que têm gerado jogadas de gol pelas laterais, enquanto os gols de Benedetto não merecem grande análise em sua conclusão, já que ele consegue driblar um marcador em uma ocasião e conta com falha de cálculo de outro na ocasião seguinte.

Nos dois confrontos com o Boca Juniors é possível identificar as principais falhas para neutralizar esse caminho que pode ser procurado por adversários e, ao mesmo tempo, entender que a margem de erro na decisiva fase da temporada traz pesadelos e prejuízos irrecuperáveis. Restam apenas sete jogos no Brasileirão e o Palmeiras está na primeira colocação com quatro pontos de vantagem. Embora nada esteja ganho pelos comandados de Felipão, a perda da liderança e do título na reta final podem ser encarados pela torcida como um grande fracasso, independente do desgaste ou da oscilação da equipe.