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Galiotte fala sobre Abel Ferreira, afirma que estaduais comprometem calendário e abre jogo sobre reforços

O presidente do Palmeiras declarou que está tudo bem entre o treinador português e o clube, e sugeriu uma redução de jogos no Paulistão

Galiotte segura a Copa do Brasil com Abel Ferreira (Foto: Cesar Greco/Palmeiras)
Galiotte segura a Copa do Brasil com Abel Ferreira (Foto: Cesar Greco/Palmeiras)

Nesta quarta-feira (21), dia da estreia do Palmeiras na Libertadores 2021, o presidente Maurício Galiotte concedeu entrevista à ESPN, no programa BB Debate, e comentou sobre o clima no clube neste início de temporada. O principal tema girou em torno da insatisfação de Abel Ferreira com algumas decisões internas do Alviverde.

Conforme noticiado pelo NOSSO PALESTRA na manhã desta quarta-feira (21), o treinador quer ser ‘levado a sério’ pela diretoria em relação às suas cobranças por um calendário menos apertado e por reforços, estando incomodado com o fato de se posicionar sozinho em coletivas de imprensa e nunca ser respaldado publicamente pela alta cúpula do clube.

Galiotte revelou partes da conversa com Abel durante o voo até Lima para a disputa da Libertadores, e explicou sua versão sobre a atual situação do português no clube, declarando que, apesar das recentes reclamações, ele está feliz e satisfeito com o Palmeiras.

– Conversei muito com o Abel durante o voo e no hotel, e o fato é que ele é muito intenso. Ele se cobra muito, tem ambições, quer vencer. O momento atual é o seguinte: o Palmeiras ganhou a tríplice coroa. Obviamente todos os holofotes vêm para cima de nós e temos que ir bem. Ainda existe uma adaptação do Abel ao futebol brasileiro. A gente fala de calendário, mas é algo que está no sistema, não conseguimos mudar isso de um ano para o outro. Ele estranha, mas é um processo natural de adaptação. Tudo faz parte de um contexto de pandemia também. A performance do Palmeiras no ano passado também foi afetada, fizemos cinco jogos a mais do que todo mundo. Viagens, desgaste, lesões, então é um processo que desgasta, não é algo tão simples – iniciou o mandatário, explicando algumas das discordâncias do treinador.

– O Abel tem absolutamente todas as informações sobre as decisões do clube, e disse que está muito feliz aqui. Ele me disse isso ontem, que o Palmeiras oferece tudo que um profissional precisa para fazer um bom trabalho. Aqui no Brasil as coisas funcionam diferente da Europa, ele está entendendo isso agora. Mas essa garra que ele tem faz parte do DNA dele. Então, não podemos perder isso. Alguns ajustes eu admito fazer, mas essa vontade de vencer a gente tem que entender que é da natureza, que faz com que ele trabalhe cada vez mais. É o que faz um profissional tão bom quanto o Abel – finalizou.

Galiotte e Anderson Barros assistem ao treinamento do Palmeiras (Foto: Cesar Greco/Palmeiras)

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Questionado sobre sua opinião a respeito do calendário do futebol brasileiro, tema de grande repercussão em algumas entrevistas de Abel, Maurício analisou que a única diferença fundamental entre os demais países é a realização dos estaduais. Segundo ele, apesar de reconhecer a importância dessas competições, é um fato inegável que elas inflam o já apertado calendário nacional.

– Se compararmos os campeonatos daqui com a Europa, a diferença é o campeonato regional. A diferença básica está nos 16 jogos do Campeonato Paulista, que já reduziu a quantidade nos últimos anos. Um clube que faz todas as partidas, como o Palmeiras no ano passado, chega a 80 jogos na temporada. Você vê que um clube europeu de ponta joga ao redor de 60 jogos num ano. Basicamente, estamos falando sobre o estadual. A discussão é essa, portanto. É um campeonato muito importante, gera receitas, mas ele compromete todo o calendário do ano. Agora, se eu disser aqui que não devemos ter mais campeonatos estaduais, vai dar uma polêmica muito grande. Fato é que este é um tema que tem que ser discutido, repensado. Temos que reduzir os jogos para quem disputa outros campeonatos, como a Libertadores, a Série A, Copa do Brasil, Série B. Mas a discussão é profunda, pois envolve muitas federações, clubes e recursos.

Além disso, o presidente comentou sobre a utilização da base no Paulistão, para permitir mais tempo de treino e evitar o desgaste dos principais jogadores durante a temporada. Por fim, ele encerrou ponderando sobre o andamento da negociação com Taty Castellanos, que está em estágio avançado, mas ainda não concretizada.

– A base é um dos grandes diferenciais do nosso planejamento. Todo o investimento que fizemos nos últimos anos, a gente está vendo o resultado agora, e o trabalho será intensificado. Vamos contar sim com os recursos da base e com contratações pontuais. Você mencionou o nome de um jogador, mas não vou falar sobre casos individuais, só digo que vamos fazer contratações pontuais. Entretanto, sempre com responsabilidade. Eu tenho que pensar no Palmeiras no aspecto financeiro e administrativo, pois o clube se mantém mesmo quando eu sair. A ideia é ir na direção pontual e com responsabilidade – declarou o presidente.

Dando sequência à maratona de jogos, o Palmeiras de Abel Ferreira enfrenta o Universitário-PER, nesta quarta-feira (21), às 21h (horário de Brasília), no Estádio Monumental de Lima, em jogo válido pela primeira rodada do Grupo A da Libertadores 2021.

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