Com gestões opostas, Palmeiras e Atlético-MG disputam liderança do Brasileirão neste sábado

Política de austeridade financeira da diretoria alviverde contrasta com o modelo de elevadas despesas do time mineiro

O Palmeiras é o segundo colocado do Brasileirão neste momento somente atrás do líder, Atlético-MG, que tem dois pontos de vantagem. Os times se enfrentam neste sábado (14), em disputa direta pela liderança da competição. Preponderantes no cenário nacional, os clubes apresentam modelos de gestão bastante distintos.

Depois de algumas temporadas de contratações aos montes, o Alviverde optou por adotar uma política de contenção de gastos para preservar sua saúde financeira. Isso ocorre desde o início de 2020, logo após uma temporada de custos excessivos com reforços. Na contramão, o Galo partiu, no mesmo ano, para um “tudo ou nada” com uma postura agressiva no mercado, resultando em despesas elevadas.

Palmeiras

Para controlar os negócios, primeiramente, a diretoria palmeirense foi atrás de Anderson Barros, diretor com um perfil mais alinhado à austeridade financeira proposta. O Palmeiras, a partir de então, mudou drasticamente a atuação no mercado da bola, com negociações mais discretas e menos onerosas. Com isso, o time conseguiu equalizar algumas contas e reduzir a dívida com a Crefisa em mais de R$ 50 milhões.

Além disso, o Verdão passou a dar mais valor às categorias de base nos últimos anos. O projeto começou a dar bons frutos na temporada passada, quando Patrick de Paula, Gabriel Menino, Danilo e Wesley foram fundamentais para a conquista da Tríplice Coroa. Em 2021, o zagueiro Renan foi quem se firmou como peça importante do elenco alviverde.

O cenário, no entanto, também tem seu lado negativo, já que a falta de reforços foi tema recorrente nas entrevista de Abel Ferreira. A cobrança do treinador gerou grande repercussão, mas foi controlada internamente. Nos últimos meses, o clube, que tinha contratado apenas Danilo Barbosa, acertou com Jorge, Piquerez, e Matheus Fernandes, além de ter contado com o retorno de Dudu. Ainda assim, segue ativo em caso de novas oportunidades de mercado.

Danilo, Gabriel Menino e Patrick de Paula comemoram gol pelo Palmeiras. (Cesar Greco)

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Atlético-MG

O modelo adotado atleticano, por sua vez, vai pelo caminho o contrário. Com a chegada de Sampaoli na última temporada foram requisitados inúmeros atletas e o treinador teve a maioria dos pedidos atendido. Em 2021, outros reforços de peso chegaram ao clube como Hulk e Nacho Fernández, sem contar com a iminente contratação de Diego Costa, muito perto de assinar.

O financiamento de boa parte negócios faz parte de uma parceria com o mecena Rúbens Menin, empresário e torcedor do Galo. Embora alavancado por essas parcerias, a perspectiva a médio e longo prazo pode preocupar. O endividamento do clube tem crescido enquanto as receitas diminuíram em decorrência da pandemia.

O contraste entre Palmeiras e Atlético-MG fica mais evidente ainda na simulação realizada por Rodrigo Capelo, do ‘ge’. Na reportagem, o jornalista analisa quais clube brasileiros estariam dentro das regras do fair play financeiro aplicado pela liga espanhola acerca da proporção entre a folha salarial e receitas. Enquanto o time mineiro teria que reduzir seu pagamento em salários por mais da metade para se adequar, o Alviverde já estaria de acordo com o regulamento.

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Com gestões distintas, ambos os times vem bem na temporada até aqui, estando nas quartas da Libertadores e bem colocados no Brasileirão. Para ultrapassar o Galo na tabela e retomar a ponta do torneio, o Verdão precisa vencer o confronto desta tarde. A duelo de seis pontos está marcado para as 19h (horário oficial de Brasília) no Mineirão.

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