Gildo, o mais rápido, foi muito cedo
Tupãzinho rola para Servílio no centro do campo. Etel Rodrigues apitou o começo de Vasco x Palmeiras, no Maracanã. Rio-São Paulo. 7 de março de 1965.
Servílio recua para Djalma Santos na lateral direita. Lance exaustivamente treinado por Filpo Núñez. Os jogadores não gostavam. Nunca acontecia nada quando ele lançava o veloz e driblador ponta-direita pernambucano Gildo. Tão bom era que às vezes jogava na esquerda porque não tinha como tirar Julinho Botelho do time. Ou, como então, atuava mesmo no lugar do maior camisa 7 do Palmeiras.
O lançamento de Djalma Santos foi preciso. Gildo deu um toque na bola que tirou o zagueiro Ari do lance. O goleiro Levis saiu da meta afobado. Gildo só tocou e saiu para o abraço quase solitário. Porque ninguém tinha tido tempo de chegar perto dele.
Palmeiras 1 x 0. Para a história levou 7 segundos. Para alguns, ainda menos. Para outros, 9 segundos desde o pontapé inicial.
Para o Palmeiras, não houve gol mais rápido, mais Gildo, em 105 anos. Um dos mais rápidos de todos os tempos. Em lance trabalhado e treinado, talvez o mais rápido.
4 a 1 no final para o time que seria campeão do Rio-São Paulo antecipadamente. Equipe que representaria o Brasil no Mineirão. Time que foi apelidado de Academia.
Gol de Gildo. Assistência de Djalma Santos. Criação de Filpo.
Uma figura querida que sempre brincava a respeito disso. Um daqueles caras que não precisava partir tão cedo.
Força e luz à família.