Grupo de conselheiros contesta resultados financeiros de 2019 e pedem mudanças de ‘transparência’

Em documento assinado por quase quarenta conselheiros, o grupo traz uma análise que tem como intuito desconstruir o entendimento através do qual se diz que o clube desempenhou positivamente no aspecto financeiro, em 2019.

Endereçado a Seraphim Carlos Del Grande, atual presidente do Conselho Deliberativo do clube, o documento contesta a ‘pouca transparência’ na divulgação de dados que, segundo descrito, chegou ao conselho apenas via imprensa. Pedem, então, que Seraphin auxilie na busca por explicações sobre dois principais pontos.

O primeiro, sobre o desempenho financeiro, é visto como falho no âmbito da comunicação, que conselheiros julgam inapta por não haver reuniões online enquanto as atividades presenciais estão suspensas. Também, segundo esse tópico, o clube gastou mais do que o orçado para o exercício. Eram R$ 547 milhões de reais previstos, mas osR$ 663 milhões gastos representam uma variação de mais de 21%. Vislumbrando uma equação que consideram mais adequada, solicitam mecanismos de controle.

Contesta-se, também, que superávit, previsto em R$15,3mi ficou em apenas R$ 1,7 mi. Classificado pela Diretoria Executiva como “conservador”, segundo o documento, o orçamento não incluía os direitos de transmissão com a Rede Globo. Sendo assim, o clube teria encerrado o ano com prejuízo. Eles ainda contestam as assinaturas que aprovaram tais atividades e pedem acesso aos contratos com a Puma, atual fornecedora de material esportivo, para checagem de números.

Preocupados com uma ‘vertiginoso enfraquecimento das finanças do clube’, que o documento lembra ser algo impensável ao que era visto como ‘clube mais rico do Brasil’, os conselheiros atuantes na ação solicitam o retorno na divulgação mensal dos balancetes com as atividades e situação financeira do clube para que eles, que se intitulam como fiscalizadores por determinação do estatuto, possam exercer a função que lhes é conferida.

Ainda na apresentação, trazem números que mostram o que consideram ser uma ‘queda vertiginosa’ no superávit ano a ano. Saindo de 90 milhões de ‘lucro’ em 2016 para 2, em 19. E mostram, também, um crescimento em 78% no valor da dívida ativa do Palmeiras que, segundo a Pluri, foi de 501 milhões de reais até 2019. O que eles, como escrevem, consideram o cenário muito preocupante e ainda mais decisivo em meio à crise sem precedentes pela qual o país passa.

Por fim, pedem que o Conselho Deliberativo do clube responda as solicitações, que incluem – acesso aos documentos, volta dos balancetes mensais e a criação de mecanismos de controle, em até 15 dias. Consultado pela reportagem, Seraphin Del Grande não retornou.