Guerra foi tão natural quanto recuar, mas recuar não pode ser natural

O empate por 2 a 2 com a frágil equipe do Linense, que vai disputar a Série D do Brasileirão desse ano, não é natural para o Palmeiras que iniciou essa temporada. Assim como não é natural balançar as redes desse adversário em duas oportunidades do jogo e, de acordo com Lucas Lima, naturalmente recuar por conta da vantagem no placar, mesmo jogando em casa. Mas já está sendo natural recuar, administrar, diminuir o ímpeto, se expôr menos ou qualquer outra expressão que o torcedor queira usar para explicar o que tem acontecido com o time depois de marcar um gol. E isso não pode ser natural.

Diante do Santos, quando o Palmeiras utilizou essa estratégia, aqui no blog elogiei Roger Machado e o time do Palmeiras por conseguirem obter êxito na estratégia, porém finalizei o post deixando o alerta de que o Palmeiras tem de ser inteligente o suficiente para saber qual ocasião exige essa ideia de diminuição da intensidade e da posse da bola, além da menor ocupação do campo de ataque.

Diante do Santos, em um clássico contra uma equipe da Série A, a estratégia é válida. Diante do Linense, equipe da quarta divisão nacional, não. Basta ver quantas vezes o goleiro do adversário teve de trabalhar nos melhores momentos disponibilizados pelo Esporte Interativo no Youtube:

É natural que as cornetas de alerta soem nos arredores do Allianz Parque depois do desempenho, pior que o resultado em si. Tão natural quanto Guerra à vontade no time titular do Palmeiras. O primeiro tempo do jogador mostrou quanto o atleta pode acrescentar atuando junto com Lucas Lima. A inteligência para participar das jogadas gera um entrosamento mais do que natural com o camisa 20, que assume a posição de Guerra na mesma medida em que Guerra ocupa o espaço de Lucas sem qualquer confusão.

Produzi um vídeo sobre a atuação do venezuelano na primeira etapa, no qual destaco quatro pontos que o time do Palmeiras ganha com a sua presença.

Guerra é natural em seus movimentos, seus passes e suas jogadas. Tão natural quanto esperar um Palmeiras que agrida adversários mais frágeis dentro de casa muito mais do que o faz após abrir vantagem mínima no placar. Para Roger Machado e seus comandados, a boa notícia é que o empate com o Linense não prejudica em nada a boa campanha no Paulistão. A lição dessa partida pode ser valiosa para a sequência da temporada. Diante de equipes mais frágeis, não é natural administrar.