Há 22 anos, Palmeiras carimbava passaporte para a conquista da América
Foto: FolhaPress
30 de maio de 1998. O Palmeiras de Luiz Felipe Scolari recebia o Cruzeiro no Morumbi para o segundo e decisivo jogo da Copa do Brasil daquele ano. O mesmo adversário que dois anos antes derrubou o sonho do primeiro título de Copa do BR do Verdão no Parque Antártica.
A missão não era das mais simples, uma vez que os mineiros haviam vencido o primeiro jogo por 1 a 0 em Belo Horizonte. O Palmeiras precisava da vitória por mais de dois gols para ficar com o título no tempo normal.
Dois grandes desfalques de cada lado. O Palmeiras não contava com Arce, lateral-direito que se preparava para disputar a Copa da França com o Paraguai, enquanto o Cruzeiro não tinha o goleiro Dida, que estava com a seleção brasileira.
Era um sábado cinzento em São Paulo, chuvoso, o mesmo palco trazia lembranças inevitáveis do 12 de junho de 93. E com Zinho mais uma vez fazendo a diferença.
Após sair na frente do placar com Paulo Nunes, o Verdão caiu de produção na segunda etapa. E o receio da torcida em ficar com mais um vice para a Raposa só aumentava. Velloso teria que se redimir da falha dois anos antes, só que agora defendendo pênaltis. Tudo levava a crer que aquela Copa do BR seria decidida na cal.
Até que aos 43 minutos do segundo tempo, o Almir foi derrubado pelo Marcelo Djian, na meia-direita. Falta discutível. Mas ninguém do Cruzeiro reclamou. Muitos palmeirenses reclamaram quando Zinho pegou a bola e ensaiou uma batida direta. Pra quê? De tão longe, melhor cruzar na área…
Mas Zinho não escutou ninguém, somente a sua intuição. A chuva que caia no Morumbi atrapalhou o goleiro cruzeirense Paulo César, que ao tentar encaixar a bola deixou ela sobrar na pequena área. Onde estava Oséas. Sem ângulo, mas com a estrela de quem iria entrar para a história da Sociedade Esportiva.
O gol mais espírita de título do Palmeiras fez o Morumbi explodir. Este hoje repórter que vos escreve, com apenas 7 anos de idade estava na cancha e quase não entendeu o quão histórico era aquele momento. O primeiro título de Scolari pelo alviverde imponente.
E ali o Verdão carimbava o seu passaporte para a disputa da Copa Libertadores de 99. 7 meses depois, o alviverde imponente conquistaria a Mercosul, novamente diante do Cruzeiro. Seria um ótimo presságio do que viria meses mais tarde.
O final, todo mundo já sabe…